Às vésperas de apresentar seu balanço financeiro, a Petrobrás anunciou nesta sexta-feira a contratação de R$ 9,5 bilhões em financiamentos com três bancos nacionais – Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal e Bradesco. A estatal também firmou um acordo de cooperação com o britânico Standard Chartered, no valor de US$ 3 bilhões (R$ 9,2 bilhões), tendo como garantia a venda de plataformas. Segundo a estatal, os financiamentos aprovados de R$ 18,7 bilhões garantem os recursos necessários para a operação em 2015, mas alertou que ainda busca oportunidades para “antecipar as necessidades” do próximo ano.
A estatal já havia firmado, em março, financiamento com o Banco de Desenvolvimento da China (BDC), no valor de US$ 3,5 bilhões. Com os novos recursos, a Petrobrás já soma mais de R$ 29 bilhões em captações desde que a atual diretoria, comandada pelo presidente Aldemir Bendine, assumiu a empresa, em fevereiro. A gestão anterior, liderada por Graça Foster, descartava financiamentos em 2015. A corrida aos bancos revela a dimensão da fragilidade financeira da companhia, afetada pela alta do dólar no início do ano.
“Essas operações, somadas a outras já executadas neste ano, atendem às necessidades de financiamento da companhia para 2015. A Petrobrás continuará avaliando oportunidades de financiamento visando antecipar parte das necessidades de 2016”, disse a estatal, em comunicado distribuído ao mercado após o fechamento da Bolsa.
Pelo acordo, o BB financiará R$ 4,5 bilhões como “nota de crédito à exportação”, por meio da subsidiária BR Distribuidora. O financiamento terá prazo de seis anos. Já o financiamento da Caixa, no valor de R$ 2 bilhões, também foi “pré-aprovado” com prazo de cinco anos, segundo o comunicado. As mesmas condições valem para o Bradesco, com financiamento de R$ 3 bilhões.
Gestão anterior da estatal, liderada por Graça Foster, descartava financiamentos em 2015
Na prática, as unidades serão oferecidas como garantias ao financiamento, mas continuarão sendo utilizadas pela estatal, que após o prazo poderá reaver o ativo. “Esse financiamento e o acordo com o banco chinês não são empréstimos normais. Eles exigem contrapartida física da Petrobrás”, diz Pires.