RISCOS
Na avaliação da Petrobras, continuar explorando os volumes disponíveis na área da cessão onerosa é uma "ótima oportunidade", por apresentar baixo risco.
"O risco exploratório da cessão onerosa é mínimo", disse a presidente da companhia, em uma entrevista coletiva, no Rio de Janeiro. "O acordo é excelente."
Graça Foster, como a executiva prefere ser chamada, chegou a dizer que os riscos de avançar na produção da cessão onerosa são menores que os da exploração da área gigante de Libra, também no pré-sal, arrematada pela Petrobras e outras quatro parceiras estrangeiras no ano passado.
NOVOS VOLUMES
O óleo excedente será retirado de quatro áreas previstas na cessão onerosa: Búzios (anteriormente conhecida como Franco), Entorno de Iara, Florim e Nordeste de Tupi.
Em setembro de 2010, a Petrobras fechou com o governo federal o pagamento de cerca de 75 bilhões de reais pelos 5 bilhões de barris iniciais do contrato de cessão onerosa, que incluiu um total de 7 áreas de exploração.
A estatal informou que os volumes adicionais ao contrato da cessão onerosa são de entre 6,5 bilhões e 10 bilhões de barris em Búzios, entre 2,5 bilhões e 4 bilhões de barris em Entorno de Iara, 300 milhões e 500 milhões de barris em Florim e entre 500 milhões e 700 milhões de barris em Nordeste de Tupi.
O secretário de Petróleo e Gás do Ministério de Minas e Energia, Marco Antônio Martins Almeida, ressaltou que estes volumes são meras estimativas. Caso a Petrobras venha a encontrar mais ou menos petróleo, não haverá alteração nos termos do contrato firmado com o governo.
A estimativa do ministério é que, após descontados os custos de extração do petróleo, a participação governamental sobre todo o petróleo extraído será de 76 por cento, incluindo bônus, royalties, o chamado "óleo lucro" e impostos.
Almeida estimou que as áreas da cessão onerosa, do contrato inicial, comecem a produzir em 2016. Já o petróleo excedente começará a ser produzido entre 2020 e 2021.
Na estimativa da Petrobras, o excedente de petróleo obtido com o acordo desta terça-feira terá um pico de produção de 1 milhão de barris por dia em 2026.
A companhia prevê a necessidade de nove novas plataformas para produzir o petróleo adicional disponibilizado pelo contrato.
(Reportagem adicional de Gustavo Bonato e Priscila Jordão, em São Paulo, e Rodrigo Viga Gaier, no Rio de Janeiro)