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Petrobrás divulga dados de refinarias e gasodutos que venderá em Minas, Amazonas, Paraná e Ceará

Com vendas, que devem terminar em 2021, petroleira vai diminuir sua capacidade de refino pela metade

Por Fabiana Holtz
Atualização:

A Petrobrás está dando continuidade ao processo de venda de refinarias e gasodutos, anunciados em julho. Na manhã da sexta, 13, a petroleira deu início a etapa de divulgação das oportunidades referentes à segunda fase do processo. Serão vendidas a Refinaria Gabriel Passos (REGAP), a Refinaria Isaac Sabbá (REMAN), a Lubrificantes e Derivados de Petróleo do Nordeste (LUBNOR) e a Unidade de Industrialização do Xisto (SIX).

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Segundo a estatal, as vendas estão alinhadas à otimização de portfólio e à melhoria de alocação do capital da companhia. O desinvestimento reduzirá o parque de refino da estatal pela metade, com menos 1,1 milhão de barris diários de capacidade e está previsto para estar concluído em 2021. Veja abaixo as refinarias que serão vendidas na segunda fase: 

Refinaria Isaac Sabbá (Reman, AM)

Inaugurada em 1957 com o nome do seu fundador, a unidade foi incorporada à Petrobrás em 1974. A Reman fica à margem esquerda do Rio Negro, em Manaus, no Amazonas, e tem capacidade de processar 46 mil b/d,. Seus principais produtos são GLP, nafta petroquímica, gasolina, querosene de aviação, óleo diesel, óleos combustíveis, óleo leve para turbina elétrica, óleo para geração de energia, asfalto. Possui uma termelétrica com capacidade para atender uma cidade de 35 mil habitantes, ou 5,8 megawatts. A unidade está interligada  a três portos de recebimento e entrega de derivados geridos pela Transpetro.

A LUBNOR, de Fortaleza (CE), possui capacidade de processamento de 8 mil barris/dia, além de ser uma das líderes nacionais em produção de asfalto e a única no país a produzir lubrificantes naftênicos.

Lubrificantes e Derivados de Petróleo do Nordeste (Lubnor)

Apesar da pouca capacidade de processamento, de 8 mil b/d, a Lubnor  é uma das líderes nacionais em produção de asfalto (13% do mercado) e a única no país a produzir lubrificantes naftênicos, um produto próprio para usos nobres, tais como: isolante térmico para transformadores de alta voltagem, amortecedores para veículos e equipamentos pneumáticos. Inaugurada em 1996, a Lubnor produz 235 mil toneladas/ano de asfaltos e 73 mil metros cúbicos por ano de lubrificantes naftênicos.

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Todo o petróleo processado pela Lubnor é do tipo ultra pesado: 85% provenientes do Espírito Santo e o restante, 15%, do Ceará. Do total processado, 62% do volume é destinado à produção de asfalto, abastecendo todos os estados do Nordeste, e cerca de 16% são empregados na obtenção de lubrificantes naftênicos. A refinaria utiliza duas estruturas portuárias: o Porto do Mucuripe, em Fortaleza, e o Terminal de Pecém, em São Gonçalo do Amarante. Fica em Murcuripe, em uma área de 218 mil m2.

Refinaria Gabriel Passos (Regap, MG)

Localizada em Betim, região metropolitana de Belo Horizonte, a Regap começou a operar em 1968 e é interligada aos dutos Orbel I, Orbel II, ao Gasoduto Betim (Gasbel). Também há o gasoduto Gasbel 2, que não é ligado à Regap, mas traz gás para Minas Gerais. Tem capacidade para 150 mil b/d e os principais produtos processados são: Gasolina A, diesel, combustível marítimo (bunker), querosone de aviação (QAV), gás liquefeito de petróleo (GLP), asfaltos, coque verde de petróleo, óleo combustível, enxofre e aguarrás. A refinaria possui uma área total de 12.800.000 m² e sua área industrial é de 2.305.515 m². Possui, ainda, uma reserva ecológica com 50.000 m².

Unidade de Industrialização do Xisto (SIX, no Paraná)

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Localizada em São Mateus, no Paraná, em cima de uma das maiores reservas de xisto ou folhelho do mundo, tem capacidade de processamento de 5.880 toneladas por dia. O xisto ou folhelho pirobetuminoso é uma rocha sedimentar, com conteúdo de matéria orgânica na forma de querogênio, que somente por aquecimento (pirólise) pode ser convertido em óleo e gás. A refinaria produz óleos combustíveis, GLP, gás combustível, nafta, enxofre e insumos para pavimentação que são utilizados pelos mais diversos segmentos industriais, tais como cerâmica, refinaria de petróleo, cimenteira, usinas de açúcar e agricultura.

No ramo de fertilizantes, a SIX produz a água de Xisto, que é um insumo para a formulação de fertilizantes. A SIX funciona também como um centro avançado de pesquisa na área de refino, onde são desenvolvidos projetos em conjunto com o centro de pesquisa da Petrobrás, o Cenpes, e universidades. O parque tecnológico da SIX é o maior da América Latina e um dos maiores do mundo em plantas-piloto, composto por 15 unidades criadas para atender as necessidades dos variados processos de refino. 

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