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Petrobrás terá impacto negativo de R$ 2 bilhões no 3º trimestre após incluir débitos no Refis

Estatal decidiu aderir ao Programa de Parcelamento Especial de dívidas tributárias por temer decisões desfavoráveis na Justiça

Por Renato Carvalho
Atualização:

SÃO PAULO - A Petrobrás informou nesta sexta-feira que decidiu incluir débitos tributários no Programa de Parcelamento Especial (Refis). Segundo fato relevante, o impacto negativo no balanço do terceiro trimestre da companhia será de R$ 2 bilhões, líquido de impostos.

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A despesa total com a operação será de R$ 2,1 bilhões, com R$ 1,26 bilhão de conversão de depósito judicial em pagamento definitivo, e o restante quitado em parcelas, com desembolso de R$ 536 milhões em 2015, e R$ 333 milhões em 2016 e 2017.

A dívida total, em valores atualizados, soma R$ 6 bilhões. Segundo a Petrobrás, a inclusão desses débitos no Refis permitiráuma economia de 50%, com redução do valor do passivo para R$ 3,0 bilhões, dos quais R$ 876 milhões serão liquidados com prejuízos fiscais.

Sede da Petrobrás, no centro do Rio de Janeiro Foto: Marcos de Paula/Estadão

No segundo trimestre deste ano, a empresa já teve o desempenho afetado pela provisão de R$ 2,8 bilhões para quitar parcelas atrasadas de IOF que estavam sendo questionadas na Justiça. Segundo o presidente da petroleira, Aldemir Bendine, os argumentos jurídicos da empresa eram fracos para sustentar a ação.

Na ocasião, esse provisionamento foi alvo de críticas no mercado. “Diante da dificuldade do governo quanto à política fiscal, pegou mal o momento de pagamento e provisionamento desses tributos”, disse um analista que acompanha o setor e preferiu não se identificar. “Parece que o acionista minoritário é sempre o último dos stakeholders a receber dinheiro da estatal”, acrescentou. Já Bendine argumentou à época que o momento é de promover uma faxina nas contas da empresa.

Riscos. Segundo o comunicado, a companhia decidiu aderir ao Refis após uma análise de riscos de possíveis decisões desfavoráveis, tanto na via administrativa quanto na judicial.

A estatal afirma que a judicialização da questão implicaria em uma despesa financeira adicional, com constituição de garantias, além do aumento do valor da dívida ao longo do tempo, com juros e ônus econômicos. Além disso, a Petrobrás levou em conta o risco de revogação da Certidão Negativa de Débitos Fiscais, que poderia acarretar em prejuízos.

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Os débitos tributários incluídos no programa são relativos ao não recolhimento de Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF) sobre remessas à subsidiária Petrobrás International Finance Company (PIFCO) parapagamento de operações de importação de petróleo e derivados, referentes aos períodos de 1999 a 2002, 2004, 2005 e 2007 a 2012.

A companhia afirma que ainda analisa outros débitos que possam ser incluídos no Refis. O prazo para inclusão de débitos tributários no programa vence em setembro.

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