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PETROBRAS e PDVSA divergem por preço de petróleo para Abreu Lima

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Por Redação
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A Petrobras está encontrando dificuldades para fechar acordo com a estatal venezuelana PDVSA sobre o preço do petróleo que será fornecido pelo país vizinho para a refinaria Abreu Lima, em Pernambuco, informou nesta quarta-feira o diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa. Projeto em parceria das duas estatais, sendo 60 por cento para Petrobras e 40 por cento da PDVSA, a refinaria já tem acordo de acionistas e estatuto, segundo Costa, mas ainda não conseguiu fechar um preço para a compra do pesado petróleo da Venezuela que pelo contrato seria fornecido para a refinaria. Segundo Costa, ao contrário da Petrobras, os venezuelanos não querem utilizar um parâmetro internacional como referência para o preço do petróleo. "Nós queremos preço de mercado para o contrato, a referência pode ser (tipo) Brent ou WTI, eles querem mais (valor maior)", disse ele a jornalistas após inauguração do centro de integração do Comperj, em São Gonçalo (RJ). "Já fechamos o acordo de acionistas, o estatuto, mas não fechamos o contrato de fornecimento de petróleo...a PDVSA não fez nenhum aporte na refinaria até agora, todo o dinheiro foi da Petrobras, estamos fazendo sozinhos", disse o executivo. Ele explicou que a expectativa era de ter fechado acordo sobre o preço do petróleo no ano passado, porém não houve consenso. Costa garantiu no entanto a construção da refinaria mesmo que os venezuelanos desistam do investimento. "O projeto não vai parar, a intenção é fechar com a PDVSA...se demorar não vai parar o projeto, petróleo pesado nós temos o suficiente para fornecer", garantiu. O executivo destacou que as propostas de licitações para a construção da refinaria já recebidas pela Petrobras ficaram acima das expectativas da empresa e serão canceladas para reavaliação, como ocorreu recentemente com as licitações das plataformas P-61 e P-63. "Vamos cancelar mais de um pacote da Abreu Lima por preço excessivo, vamos chamar as empresas para ver o que aconteceu e exigir uma redução significativa", afirmou ele, sem dar detalhes. Já no caso do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), cujo Centro de Integração que visa qualificar e capacitar mão de obra local, o valor do investimento, de 8,5 bilhões de dólares, deverá ser revisto para cima no novo plano de negócios que a Petrobras divulga na sexta-feira, se aprovado pelo Conselho de Administração. Segundo Costa, o motivo seria o dólar baixo da época do projeto comparado ao atual. BALANÇA O diretor não quis antecipar o saldo da balança comercial da Petrobras em 2008, limitando-se a comentar que apesar do déficit de 1,3 bilhão de dólares acumulado até novembro, o mês de dezembro foi bom para a companhia por conta de um grande volume de exportações --recorde de 620 mil barris por dia-- e a queda na importação de diesel com a economia menos aquecida. "Os números finais ainda não foram contabilizados, o que podemos dizer é que dezembro foi um mês muito bom para a balança de líquidos da Petrobras", disse Costa sem especificar se o volume de dezembro foi suficiente para zerar o déficit. O diretor descartou ainda mudança nos preços da gasolina e do diesel no curto prazo, afirmando que a empresa vai manter a política de não transferir a volatilidade internacional para o mercado interno. "A Petrobras trabalha com horizonte de longo prazo e não passa para o mercado a volatilidade. Na hipótese desse preço estacionar na faixa de 30, 30 e alguns dólares, vamos fazer uma reavaliação...esse momento ainda não chegou", afirmou. (Por Rodrigo Viga Gaier)

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