NOVOS CONTRATOS
Diante das denúncias de corrupção, que envolvem também contratos com diversas empreiteiras no Brasil, executivos frisaram ainda que o foco ainda é a curva de produção de petróleo.
O diretor de Exploração & Produção da Petrobras, José Miranda Formigli, e a própria presidente destacaram que contratos já assinados não devem sofrer alterações.
Em princípio também não haverá impedimento para novas contratações, a menos que fique comprovado que as empresas subornaram funcionários e ex-funcionários da Petrobras, como foi o caso da holandesa SBM Offshore.
De acordo com Graça Foster, comissão interna para investigar relação da petroleira com a SBM não encontrou não conformidades. Entretanto, a própria holandesa entrou em contato meses depois para confirmar as denúncias de corrupção.
"Fui informada que havia sim pagamento de propina a funcionários e ex-funcionários da Petrobras", afirmou.
Dessa forma, a companhia proibiu a participação da SBM em novas licitações, embora não preveja rever contratos assinados.
A Corregedoria Geral da União auditou um total de oito contratos de arrendamento de plataformas da SBM à Petrobras, no valor total de 20 bilhões de reais, informou a instituição recentemente, dando uma indicação do tamanho da empresa holandesa nos negócios da estatal.
EXPORTAÇÕES DE PETRÓLEO
Apesar do cenário conturbado, o diretor financeiro da companhia, Almir Barbassa, destacou que o crescimento da produção tem apresentado resultados acima dos anos anteriores, o que deve contribuir com a receita e com melhora do fluxo de caixa, em um cenário em que a empresa poderá encontrar restrições temporárias para acessar o mercado de dívida.
A empresa prevê exportar 82 por cento mais petróleo no segundo semestre deste ano em relação aos primeiros seis meses, com média total de 302 mil barris de petróleo/dia no segundo semestre.
"Dado o crescimento da produção, temos trabalhado com um fluxo de caixa superior a anos anteriores", afirmou Barbassa.
Ele destacou que a queda do preço do barril de petróleo também contribui com a redução de custos em reais para a importação de combustíveis.
O preço baixo do barril também reduz os percentuais cobrados de participações governamentais, o que inclui royalties e participações especiais, cobrados em grandes produções.
(Por Marta Nogueira e Rodrigo Viga Gaier)