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Petrobras fará nova sísmica em Tupi para ver se há interligação

Por Denise Luna (Broadcast)
Atualização:

A Petrobras fará uma sísmica de alta definição para descobrir se os blocos do pré-sal da bacia de Santos estão interligados. De acordo com um executivo da empresa, é bem possível haver necessidade de se unir os reservatórios. "As sísmicas atuais que a gente tem mostram que existe uma boa continuidade, a gente quer, novamente, avaliar melhor", disse a jornalistas o coordenador de Exploração e Produção da estatal, Eduardo Alessandro Molinari, depois de uma assembléia de acionistas da empresa nesta quarta-feira. Ele informou que a sísmica será feita em Tupi, o bloco que possui mais informações entre os que já foram perfurados pela empresa e parceiros na camada pré-sal da bacia de Santos. "Olhando a sísmica daquela área de Tupi a gente vê uma continuidade", disse Molinari. Se ficar comprovada a interligação entre os blocos, as empresas que possuem áreas na região terão que explorar juntas o petróleo e o gás natural contidos nos reservatórios. As explorações poderão ser iniciadas antes de um acordo, explicou Molinari, ressaltando que, depois, uma empresa compensa a outra. A unitização é usada frequentemente na indústria petrolífera para evitar que empresas se beneficiem do reservatório de outras se estes forem interligados. Em comum acordo, as companhias elaboram um plano de produção. Molinari afirmou que uma possível mudança de regras na exploração de petróleo no Brasil, como vem sendo estudado pelo governo, não interfere na unitização. "A unitização vai ter que ocorrer, em qualquer situação, mesmo que venha a ocorrer um novo marco regulatório", concluiu. SEM DEVOLUÇÃO Ele informou ainda que a Petrobras já concluiu todas as perfurações na região conhecida como o "cluster de Tupi", em águas ultra-profundas, que reúne os blocos de Yara, Júpiter, Carioca, Caramba, Bem-te-vi, Parati e Guará, evitando assim uma possível devolução de áreas para a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). De acordo com Molinari, a Exxon, operadora de um bloco no local, deve perfurar a região no segundo semestre. Molinari afirmou que nada mais será perfurado na área pré-sal em águas profundas pela Petrobras este ano, mas em águas rasas estão previstas perfurações nos blocos de Taquari (BMS45) e Ilhabela (BMS), também no pré-sal da bacia de Santos. O próximo passo, segundo o executivo, será a preparação do campo de Tupi para receber a plataforma que inicia em março de 2009 os testes de longa duração, com produção prevista em torno dos 30 mil barris diários. Em 2010 a produção deve subir para 100 mil barris diários. A Petrobras tem feito um esforço concentrado para garantir a propriedade das áreas do pré-sal e desviou sondas de outros campos para evitar devoluções à ANP. A empresa encomendou sondas ao mercado internacional, mas que só ficarão prontas nos próximos anos. Segundo cronograma da estatal, em 2009 deverão chegar mais nove sondas para a companhia e mais sete em 2010. Até 2017, a expectativa da empresa é ter 63 sondas de perfuração em todo país, sendo a maioria direcionada para as águas ultra-profundas do pré-sal.

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