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Petrobras investirá R$ 120 milhões em florestas de olho em mercado de crédito de carbono

Segundo executivo da companhia, empresa não vai esperar que ‘solução venha de Brasília’ e decidiu entrar voluntariamente nesse mercado

Por Gabriel Vasconcelos (Broadcast)
Atualização:

RIO – O diretor de relações institucionais da Petrobras, Rafael Chaves, disse há pouco que a Petrobras vai atuar no mercado de crédito de carbono tanto pelo lado da demanda quanto da oferta. Segundo Chaves, nos próximos anos, a companhia prevê investir R$ 120 milhões em soluções de captura de carbono focadas em florestas. Ele participou, nesta segunda-feira, 11, do painel online "Soluções baseadas na natureza para captura de carbono", pelo Centro Brasileiro de Relações Internacionais (Cebri).

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Chaves disse ainda que empresas do porte da Petrobras não podem esperar pelo mercado regulado de créditos de carbono e devem atuar no mercado voluntário. "A gente não pode ficar esperando o que o regulador vai fazer. Podemos cobrar de governos, mas não podemos ficar esperando que a solução venha de Brasília. Eu acredito em soluções de mercado (para o problema ambiental)", disse Chaves.

O leque de ações da Petrobras, disse Chaves, passa por iniciativas de reflorestamento, preservação e ações que miram comunidades locais no sentido de geração de renda associada à proteção florestal – casos de manejo florestal e remuneração de serviços ambientais.

A Petrobras vai atuar no mercado de crédito de carbono tanto no lado da demanda quanto no da oferta Foto: Marcos Arcoverde/Estadão

Pouco mais de 40% desse esforço financeiro para o meio ambiente da Petrobras (R$ 50 milhões) será feito no âmbito do programa Floresta Viva, já lançado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) na COP-26, em Glasgow, na Escócia.

As chamadas públicas para financiamento de projetos de reflorestamento têm como meta alcançar R$ 500 milhões para reflorestar até 33 mil hectares de todos os biomas brasileiros. Metade do montante será aportado pelo BNDES em linha com os aportes de empresas, como a Petrobras, que se comprometeu com o investimento de R$ 50 milhões ao longo de cinco anos.

A operacionalização dos projetos da Petrobras dentro do Floresta Viva vai ser feita pelo Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (Funbio), que Chaves descreveu como uma associação civil com histórico de 25 anos e mais de 400 projetos ambientais na carteira. O Funbio também vai auxiliar os demais investidores do Floresta Viva.

O restante do investimento da Petrobras, R$ 70 milhões, será pulverizado em outras frentes. Chaves citou projetos de geração de renda para comunidades locais, como a coleta e comercialização de castanhas do Pará, financiamento de cisternas para agricultura familiar na caatinga e preservação de recursos hídricos na Mata Atlântica.

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Limitando emissões

O diretor reconheceu que a Petrobras atua para limitar as emissões de suas operações, como as emissões associadas a sua atividade fim, de produção de petróleo e refino de combustíveis, mas que as iniciativas não são suficientes para limpar toda a cadeia, o que traz consigo a necessidade de neutralizar emissões por meio de projetos ambientais.

Segundo o diretor da Petrobras, o Brasil está em posição vantajosa para a compensação de emissões de carbono no mundo via proteção de florestas, guardando 20% desse potencial. Para ele, somadas as potencialidades para geração de energia renovável, o Brasil tem perfil não só para bater com facilidade as metas previstas do acordo de Paris, de zerar emissões até 2050, como também passar à "emissão negativa", exportando possibilidades de captura para outros países e empresas.

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