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Petrobras terá unidades produtivas de 2 em 2 anos no pré-sal

Apenas no megacampo de Tupi serão instaladas 11 plataformas, para produzir 100 mil barris diários cada uma

Por Denise Luna (Broadcast) e da Reuters
Atualização:

A Petrobras pretende instalar de dois em dois anos, a partir de 2010, uma unidade de produção definitiva em cada um dos campos da camada pré-sal na bacia de Santos. Apenas em um dos campos, o de Tupi, serão instaladas 11 plataformas com capacidade para produzir 100 mil barris diários de petróleo cada uma. Veja também: Veja a história e os números da Petrobras A exploração de petróleo no Brasil  A maior jazida de petróleo do País  De acordo com o engenheiro e assistente da diretoria de Exploração e Produção da estatal Álvaro Costa, a estimativa é de uma produção de 1 milhão de barris diários em Tupi. "Vamos ter onze navios produzindo em Tupi no futuro, mais ou menos um milhão de barris só com Tupi", afirmou o engenheiro. Além do petróleo, Tupi também terá gás associado, na proporção de 220 metros cúbicos para cada metro cúbico de petróleo extraído, informou, o que daria cerca de 1 milhão de metros cúbicos diários de gás natural na primeira fase. Escolhido como primeiro campo a ser desenvolvido, Tupi terá um Teste de Longa Duração (TLD) em março de 2009 produzindo com 30 mil barris diários. Em 2010 será instalado um plano piloto para preparar a instalação da primeira plataforma definitiva, que provavelmente será batizada de São Vicente, marcando com o nome da primeira cidade brasileira o início de uma nova região produtiva na história do país. Atualmente, a bacia de Campos é responsável por 80 por cento da produção nacional de cerca de 1,8 milhão de barris diários de petróleo. Tupi por enquanto é o único campo da região pré-sal com reservas conhecidas, entre 5 e 8 bilhões de barris de óleo equivalentes (petróleo e gás natural), quase metade das reservas atualmente provadas no Brasil, de cerca de 14 bilhões de barris. Costa não soube informar qual campo será desenvolvido depois de Tupi, mas garantiu que a Petrobras já comprovou a viabilidade da exploração na região porque o volume a ser retirado irá compensar os custos da produção. Custo menor Segundo Costa, a evolução tecnológica e o aprendizado que garantiram à Petrobras posição de liderança na exploração abaixo da camada de sal têm resultado em avanços como a redução do tempo de uso das sondas de perfuração nesses locais, garantindo menor custo para a empresa. "O caro no poço é o tempo da sonda, tivemos uma redução de seis para dois meses, isso é uma redução de 3 vezes o custo de perfuração de poço exploratório", explicou. O aluguel de algumas dessas sondas chega a atingir 600 mil dólares por dia. "O pré-sal é altamente economicamente viável, se não a Petrobras não faria. O volume de óleo é muito grande", complementou. A camada pré-sal se estende por 800 quilômetros do Espírito Santo à Santa Catarina e pode conter um volume de petróleo capaz de colocar o Brasil entre as grande potências petrolíferas mundiais. Ainda não há estimativa oficial sobre toda a região, mas segundo declarações do presidente da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), Haroldo Lima, fontes oficiosas da Petrobras falam em 33 bilhões de barris apenas na bacia de Santos. Costa disse não ter condições de confirmar qualquer estimativa, considerando ser muito cedo para essa avaliação. Para o executivo, o maior desafio do pré-sal tem sido alavancar as indústrias relacionadas para poder atender a Petrobras com equipamentos e serviços. Ele explicou que pela dimensão da nova fronteira descoberta em 2007, Macaé, até então única base produtiva da estatal, deixará esse posto assim que os campos forem desenvolvidos. "Com certeza Macaé não vai ser mais o único pólo de desenvolvimento e apoio às operações da Petrobras, não sei se será Santos ou Rio de Janeiro, vai depender da logística", explicou.

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