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Petroleiros farão greve antes de negociar com Petrobras

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Por Redação
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O sindicato dos petroleiros anunciou nesta sexta-feira que iniciará uma greve na próxima segunda-feira, com parada de produção, mesmo que a Petrobras apresente antes à categoria uma proposta para atender as reivindicações feitas pelos trabalhadores. A greve ocorrerá nas plataformas da bacia de Campos, que responde por 80 por cento da produção de petróleo do Brasil. "Foi tomada a decisão de só negociar com a greve acontecendo", disse José Genivaldo Silva, diretor da Federação Única dos Petroleiros. Uma autoridade do sindicato local da bacia de Campos confirmou a informação, afirmando que a greve começará na segunda-feira em todas as 42 plataformas da região. "A Petrobras pode fazer uma outra oferta antes disso, mas vamos manter a greve. As plataformas só vão operar para manter a segurança", disse uma autoridade do sindicato, que deu apenas seu primeiro nome, Genilson. O objetivo do protesto, que deve durar cinco dias, é forçar a Petrobras a considerar o dia de saída dos empregados da plataforma como um dia trabalhado. Essa reivindicação dos petroleiros é antiga, segundo informou o sindicato. O presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli, disse que a empresa está preparando um plano de contingência e que permanece aberta a negociações. "Estamos negociando, estamos abertos, e somos da natureza de evitar a greve para que não afete a produção", disse Gabrielli a jornalistas em São Paulo na sexta-feira. "A produção vai continuar. Vamos, se necessário, implementar um plano de contingência para manter a quantidade mínima de funcionários para continuar produzindo". A greve dos trabalhadores da Petrobras, anunciada na quinta-feira, está sendo vista pelo mercado com um dos motivos da alta dos preços internacionais da commotity. "A Petrobras nos diz todo dia que está aberta a negociações, eles nos recebem bem e tudo, mas aí dizem que já fizeram sua oferta final", disse Silva. Separadamente, o sindicato realizará uma reunião na terça-feira para discutir a possibilidade de uma greve nacional de cinco dias em todas as instalações da Petrobras, incluindo refinarias e terminais, para exigir uma maior participação nos lucros da empresa. Uma greve nacional de cinco dias de trabalhadores da Petrobras em 2001 reduziu seriamente a produção e forçou o Brasil a importar petróleo. (Reportagem de Andrei Khalip e Reese Ewing)

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