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Pilgrim’s, da JBS, compra Tulip atrás de liderança na Europa

Aquisição de R$ 1,5 bi acontece em momento de grande demanda por carne suína pela China, por peste africana

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Por Redação
Atualização:

A Pilgrim’s Pride, controlada pela JBS, assinou acordo para comprar a Tulip Company, líder na produção de carne suína e alimentos preparados no Reino Unido. O negócio foi avaliado em £ 290 milhões (aproximadamente R$ 1,5 bilhão).

A transação busca criar a líder em proteína e alimentos preparados na Europa, por meio da expansão do portfólio na área para 21% das vendas globais da Pilgrim’s. Será totalmente financiada pelo caixa da Pilgrim’s, que deve pagar 5,4 vezes a geração de caixa esperada da Tulip pelo negócio.

Por meio da Pilgrim's, JBS volta a crescer por compra. Foto: Divulgação

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A aquisição acontece em momento de grande demanda por carne suína pela China, cujo rebanho vem sendo dizimado pelo impacto da peste suína africana. Segundo estimativas do banco de investimentos Rabobank, até o fim do ano o plantel chinês deve cair pela metade – entre 30% a 40% já foram eliminados.

Por conta do surto, as importações de carne suína pela China devem avançar acentuadamente, de 2,1 milhões de toneladas em 2018 para 3,3 milhões em 2019 e 4,2 milhões de toneladas em 2020, segundo a consultoria INTL FCStone.

Gilberto Tomazoni, presidente da JBS, afirmou que a empresa voltou a ter como um dos objetivos o crescimento inorgânico – por meio de aquisições. Outra forma de impulsionar a alta nas vendas será dar mais valor nos produtos – sejam in natura ou processados.

De acordo com ele, a companhia vai priorizar a presença nos países em pode ser líder de mercado: “Não vamos participar em regiões onde não podemos ter posição de liderança, como primeiro ou segundo colocado no mercado”.

A BRF, por sua vez, diz estar pronta para ampliar a produção de carne suína no Brasil, à medida que o surto gerar demanda por importações na China.

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Lorival Luz, presidente executivo da BRF, disse que iniciativas para aumentar a produção devem ser ponderadas, porque o surto é momentâneo. “Ter produção efetivamente maior de suínos pode levar dois anos, e neste momento poderíamos ter um excesso de oferta”, disse.

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