BERLIM - O presidente do Federal Reserve Bank de Dallas, Richard Fisher, alertou hoje que uma eventual solução temporária para o "horrível" déficit fiscal dos EUA, que não deixe claras para as empresas as políticas fiscal e regulatória do país, pode ter efeitos destrutivos para a economia norte-americana. Em discurso durante conferência promovida pelo Levy Institute, Fisher disse que o setor empresarial dos EUA está numa "posição defensiva". Segundo o dirigente do Fed, se os líderes norte-americanos apresentarem uma saída apenas provisória para a combinação de aumentos de impostos e cortes de gastos conhecida como "abismo fiscal", previsto para entrar em vigor em 1º de janeiro, o gesto poderá ter impacto sobre a economia. Para Fisher, as políticas fiscal e regulatória dos EUA estão "paradas num passado pré-globalização" e devem ser "totalmente reiniciadas". A política de juros do Fed, o banco central norte-americano, está perto de zero e, nos últimos anos, seus membros introduziram uma série de medidas para compras de ativos com o objetivo de manter as taxas de juros baixas, levando o balanço da instituição a ultrapassar US$ 3 trilhões. No discurso, Fisher afirmou que a inflação continua sob controle nos EUA e que a questão do desemprego continua sendo a maior preocupação no âmbito econômico. "Eu não acredito que a inflação será a consequência inevitável" da rápida elevação do balanço do Fed, disse Fisher. De qualquer forma, "logo precisaremos decidir e sinalizar aos mercados quando (a política monetária extremamente acomodatícia) chegará ao fim e, depois, quando será retirada." Fisher disse ainda que a economia dos EUA tem tido uma recuperação irregular desde que saiu da recessão em 2009, com taxa de desemprego próxima de 8%. "Estou preocupado com os trabalhadores sem emprego, desanimados", comentou. Ele notou, por outro lado, que as empresas norte-americanas estão mostrando seu melhor desempenho em muitos anos. As informações são da Dow Jones.