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Pré-sal de Santos terá 17 sistemas definitivos até 2017, diz Petrobrás

Com isso, a produção deverá alcançar 1 milhão de barris de petróleo por dia, dentro de seis anos

Por André Magnabosco e da Agência Estado
Atualização:

O avanço da exploração do pré-sal da Bacia de Santos deverá elevar o número de sistemas em operação no local de atuais três para 19 frentes em 2017, das quais 17 sistemas definitivos. Com isso, a produção estimada no pré-sal da Bacia de Santos dentro de seis anos deverá alcançar 1 milhão de barris diários de petróleo, segundo o gerente geral da Unidade de Operações de Exploração e Produção da Bacia de Santos da Petrobrás, José Luiz Marcusso. Somando também as operações no pós-sal, a capacidade total da Bacia de Santos deverá subir para aproximadamente 1,2 milhão de barris diários de petróleo. Ambas as projeções consideram a produção da Petrobrás e de parceiros que também operam na região. As operações no pré-sal da Bacia de Santos ao longo dos próximos anos serão compostas pelas atividades de cinco FPSOs (navios-plataformas), oito navios replicantes e quatro unidades em operação na área cedida pela União no acordo de cessão onerosa negociado no ano passado no processo de capitalização da Petrobras. O planejamento atual também inclui dois navios, que já realizam testes de longa duração (TLD) na região e serão responsáveis por um total de 20 TLDs até 2015. As atividades da Petrobrás no pré-sal da Bacia de Santos são compostas atualmente por três sistemas, dos quais apenas um em definitivo, no campo de Lula (antigo Tupi). Outros quatro sistemas, voltados principalmente para a exploração de gás natural, também operam no pós-sal da região, totalizando sete sistemas em operação neste momento na Bacia de Santos. As atividades em Lula ainda são restritas, com operação em um único poço. A capacidade no local é de 28 mil a 29 mil barris diários de petróleo, segundo Marcusso. O escoamento de gás atualmente está em 700 mil metros cúbicos diários e na sexta-feira passada a primeira molécula de gás natural do campo de Lula chegou a Caraguatatuba, de onde o insumo será distribuído para atender o sistema da estatal. A próxima etapa de exploração de Lula, realizada a partir do FPSO Cidade de Angra dos Reis, ocorrerá com a interligação de três outros poços a Lula, que deverá ocorrer até o final deste ano e resultar em capacidade para produzir até 80 mil barris de óleo por dia. Ainda no pré-sal, a Petrobrás opera dois navios plataformas focados em atividades de testes, chamados de Cidade de São Vicente e Dynamic Producer. O primeiro está produzindo em Lula Nordeste, em um total de 15 mil barris por dia - volume limitado devido a restrições à queima de gás. Já o FPSO Dynamic Producer testou Guará e está em movimentação para Carioca, um complexo situado ainda em território paulista. "A previsão é que em outubro já tenhamos produção do Dynamic Producer e segundo teste de longa duração dessa área, no caso Carioca", explicou Marcusso, que participa nesta terça-feira do Fórum de Ciência e Tecnologia, Pesquisa e Inovação, Gás na Economia 2011, realizado em Santos (SP).Expansão O planejamento da Petrobras para os próximos anos ainda prevê atividades do FPSO Cidade de São Paulo, no piloto de Guará e previsão de primeiro óleo para o final de 2012. Em meados de 2013 iniciam as operações do FPSO Cidade de Paraty, em Lula Nordeste. Ambas as embarcações têm capacidade de 120 mil barris diários de petróleo e 5 milhões de metros cúbico por dia de gás natural. Em 2014 passam a operar o FPSO Cidade de Ilhabela, em Guará Norte, e um outro FPSO ainda sem nome definido, em Cernambi Sul. Esses dois navios-plataformas têm capacidade diária de 150 mil barris de petróleo e 6 milhões de metros cúbicos de gás. De 2015 a 2017, serão instalados ainda oito navios chamados de FPSOs replicantes, com capacidade de 150 mil barris de petróleo por dia e 6 milhões de metros cúbicos cada. Além disso, entrarão em operação entre 2015 e 2017 quatro navios para explorar a região da cessão onerosa. "Falamos de Franco e outras áreas", ressalta Marcusso. A expansão na Bacia de Santos também inclui operações do FPSO Cidade de Itajaí, em Tiro e Sidon, com capacidade diária do sistema de 80 mil barris e início de operação previsto para meados de 2012. Atualmente, a capacidade em Tiro e Sidon, no pós-sal da Bacia de Santos, é de 25 mil barris por dia, com atividades ainda em fase de teste de longa duração.Pós-sal Além de Tiro e Sidon, as operações da Petrobras no pós-sal incluem atividades no polo de Merluza, com produção de 1,4 milhão de metros cúbicos de gás natural; Mexilhão, com capacidade de 3 milhões de metros cúbicos de gás (ainda em fase de comissionamento) e potencial para chegar a até 10 milhões de metros cúbicos em meados de 2012; e Uruguá-Tambaú, com produção de 14 mil barris de petróleo e 1,5 milhão de metros cúbicos de gás com apenas um poço interligado ao FPSO Cidade de Santos. "Por enquanto só estamos com um posto interligado, do campo de Uruguá, e ainda há mais sete poços do complexo Uruguá-Tambaú", disse. "Esse é um projeto essencialmente de gás. O óleo vai chegar na faixa de 14 mil a 20 mil barris de óleo por dia, mas o gás deve subir para 10 milhões de metros cúbicos", complementa, citando que essa capacidade deverá ser alcançada apenas entre o final de 2012 e o começo de 2013. Concluídos esses projetos, principalmente no pós-sal, a capacidade de gás natural da Bacia de Santos deve saltar de atuais 5 milhões de metros cúbico por dia para aproximadamente 20 milhões de metros cúbicos entre o final de 2013 e o começo de 2014, destacou Marcusso. "O sistema todo UTGCA-Gastau é para 20 milhões, mas hoje, implementado, é de 18 milhões de metros cúbicos. Mas já temos obras aprovadas pela diretoria da Petrobras para adequar as instalações da UTGCA e permitir o crescimento para 20 milhões e receber mais gás do pré-sal", afirmou o executivo em referência à Unidade de Tratamento de Gás Monteiro Lobato, localizada em Caraguatatuba (SP) e responsável por viabilizar o escoamento o gás da Bacia de Santos.

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