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Preço do gás terá que subir mesmo com descoberta da Petrobras

Por RODRIGO VIGA GAIER
Atualização:

A descoberta do campo gigante de gás de Tupi não vai resolver no curto prazo o problema da oferta no mercado brasileiro, segundo a diretora de Gás e Energia da Petrobras, Graça Silva Foster, que anunciou a necessidade de reajustar o preço do combustível entre 15 e 25 por cento nos próximos meses. "Toda cadeia está sob forte pressão de custos, o preço do gás esta descolado do preço do petróleo, entendemos que é devido um aumento real do gás", disse a jornalistas na sede da estatal. A Petrobras cortou parte do fornecimento de gás das principais distribuidoras do Rio de Janeiro e São Paulo na semana passada para atender o aumento da demanda das usinas térmicas. A medida deixou os usuários de gás natural veicular (GNV) apreensivos, e acendeu a luz amarela quanto ao risco de desabastecimento no país. Esta semana, o presidente da Petrobras e representantes do governo federal estiveram na Bolívia para negociar a retomada de investimentos que estavam congelados desde a nacionalização das reservas bolivianas. "Estamos avaliando novas perspectivas e possibilidades. Nossas equipes técnicas estão trabalhando conjuntamente e haverá novas reuniões no fim deste mês. Os volumes de investimentos não estão definidos", disse à Reuters, o presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli. O executivo acrescentou que a descoberta de Tupi, na bacia de Santos, não inviabiliza a realização de novos investimentos na Bolívia. A ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, afirmou que, na viagem à Bolívia, os negociadores brasileiros já sabiam da descoberta na bacia de Santos. "O impacto dessa descoberta na nossa relação com a Bolívia é nenhum. Nossa relação é de integração energética regional", declarou. "Não significa que vamos romper com eles e deixar de investir na Bolívia. Nossa relação é importante", disse. Segundo cálculos da ministra, o Brasil produz 49 milhões de metros cúbicos de gás ao dia, sendo que 21 milhões são comercializados, e o restante é queimado, reinjetado nos campos ou usado pelas plataformas produtoras. O país ainda tem um contrato de importação de gás da Bolívia de 30 milhões de metros cúbicos ao dia.

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