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Preço do litro de leite cai 2,52% em setembro ante agosto

Por Agencia Estado
Atualização:

São Paulo, 1 - O regime de chuva foi bastante distintos entre as regiões do País no mês de agosto, o que provocou alterações significativas no mercado de leite. A média nacional de setembro ficou em R$ 0,5541 o litro, 2,52% abaixo de agosto, conforme levantamento divulgado hoje pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq/USP). No Rio Grande do Sul, o volume pluviométrico foi elevado e os preços pagos aos produtores em setembro ficaram 4% abaixo dos valores de agosto (referentes ao leite entregue em julho). No Paraná, onde a disputa entre os laticínios pela matéria-prima é maior, os preços se mantiveram de agosto para setembro. Entretanto, os valores máximos no Estado, em setembro, estiveram ligeiramente menores do que os de agosto, e o valor mínimo foi maior. Mesmo com essa diminuição da distância entre os preços mais altos e os mais baixos, o Paraná ainda é o Estado com maior amplitude dos preços. Em São Paulo, Minas e Goiás, o Cepea avalia que a queda nos valores pagos aos produtores pode ser atribuída à diminuição dos preços dos derivados lácteos no mercado paulista (referência nacional), proporcionada pelo aumento da oferta proveniente da Região Sul. Esse fato preocupa os produtores dessas regiões, uma vez que não houve aumento de produção para compensar a queda dos preços - principalmente pela falta de chuvas. No contexto nacional, a dispersão (diferença entre máximo e mínimo) dos preços chega a 100%, sendo registrados os menores valores no Paraná, Rio Grande do Sul e na Bahia, e os maiores, em São Paulo e Minas. As cotações mais baixas estão sendo observadas no Rio Grande do Sul por causa do aumento da oferta favorecida pelas chuvas. No Paraná, apesar da concorrência entre os laticínios, também houve acréscimos no volume produzido. Já a Bahia continua com níveis baixos em virtude da distância dos centros consumidores. Segundo o Cepea, foi registrada queda nos valores máximos em todos os Estados, exceto na Bahia. Já os valores mínimos apresentaram significativas quedas em alguns Estados, como no Rio Grande do Sul e em Goiás. Segundo o Cepea, esta época do ano é crítica para o setor leiteiro. As margens dos laticínios de algumas regiões, como Minas, São Paulo e Goiás, são estreitadas em virtude da falta de matéria-prima no mercado local e da queda dos preços dos derivados no atacado. De outro lado, estão os produtores, com suas receitas também pressionadas, especialmente aqueles de praças onde a estiagem ainda persiste. Nesses casos, tem ocorrido queda dos preços no litro de leite e diminuição, simultânea, do volume produzido. Em valores reais - tirando o efeito da inflação medida pelo IGP-DI -, os preços do litro de leite permanecem com uma valorização média de 2,31% em relação a setembro de 2003. Somente os Estados de Minas Gerais e da Bahia apresentam valores reais negativos, de 1,92% e 1,8% respectivamente. Os custos das dietas à base de milho e à base de cana proporcionaram um alívio aos produtores nos meses de agosto e setembro. Os preços tanto do farelo de soja quanto do milho recuaram, melhorando a relação de troca com o leite nos últimos meses. Em agosto, por exemplo, o valor do farelo esteve em torno de R$ 560,00 a tonelada em Campinas e a saca de milho ficou na casa dos R$ 18,50. Em julho, o produtor necessitava de 600 litros de leite para adquirir 1 tonelada de dieta à base de milho (silagem de milho mais concentrado) e, em agosto, desembolsava apenas 550 litros, uma melhora de 5,9% do ponto de vista do produtor de leite. O Cepea observa que os custos referem-se apenas ao montante com alimentação, não contabilizados os custos com mão-de-obra, vacinas, medicamentos, depreciação e manutenção da propriedade. Acompanhe a seguir os preços recebidos pelos produtores nas diferentes regiões do País: LEITE TIPO C - PREÇOS PAGOS E RECEBIDOS PELO PRODUTOR EM SETEMBRO (R$/LITRO) ------------------------------------------------------------------- PREÇO BRUTO LÍQUIDO* VAR% UF Mesorregião Máximo Mínimo Média Média AGO/SET ------------------------------------------------------------------- RS Noroeste 0.6300 0.3700 0.5385 0.4887 -5.2% RS Nordeste 0.6000 0.4600 0.5400 0.4960 0.0% RS Metropolitana Porto Alegre 0.5700 0.4400 0.5182 0.4760 -0.3% Média Estadual - RS 0.6700 0.3700 0.5323 0.4849 -4.0% PR Centro Oriental Paranaense 0.6443 0.4400 0.5764 0.5465 0.2% PR Oeste Paranaense 0.6000 0.4510 0.5081 0.4979 0.7% PR Norte Central Paranaense 0.6650 0.4000 0.5495 0.5210 0.0% Média Estadual - PR 0.6650 0.3700 0.5390 0.5159 1.0% ------------------------------------------------------------------- SP São José do Rio Preto 0.6700 0.4550 0.5697 0.5331 -7.1% SP Macro Metropolitana Paulista 0.6700 0.4400 0.5934 0.5646 0.0% SP Vale do Paraíba Paulista 0.5800 0.4700 0.5443 0.5066 -0.2% Média Estadual - SP 0.7200 0.4000 0.5694 0.5362 -3.9% ------------------------------------------------------------------- MG Triângulo Mineiro/ Alto Paranaíba 0.7000 0.4161 0.5781 0.5454 -3.4% MG Sul/Sudoeste de Minas 0.6630 0.4300 0.5551 0.5384 -2.7% MG Metropolitana de BH 0.6300 0.5200 0.5908 0.5538 0.5% Média Estadual - MG 0.7000 0.4161 0.5573 0.5399 -3.1% ------------------------------------------------------------------- GO Centro Goiano 0.6500 0.3700 0.5739 0.5624 -1.7% GO Sul Goiano 0.6600 0.4600 0.5771 0.5552 0.3% Média Estadual - GO 0.6600 0.3700 0.5759 0.5580 -0.5% ------------------------------------------------------------------- BA Centro Sul Baiano 0.5500 0.3700 0.4606 0.4369 1.0% BA Sul Baiano 0.5800 0.3800 0.5048 0.4762 -1.7% Média Estadual - BA 0.5800 0.3700 0.4777 0.4469 -0.3% ------------------------------------------------------------------- MÉDIA NACIONAL 0.7200 0.3700 0.5541 0.5292 -2.52% ------------------------------------------------------------------- * Preço Líquido: descontados frete e INSS (preço recebido) Fonte: Cepea-Esalq/USP

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