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Procura por ações da Vale é tímida, afirmam corretoras

Por ALUÍSIO ALVES
Atualização:

A turbulência recente dos mercados e as condições da oferta pública de ações da Vale patrocinaram uma procura tímida de investidores de varejo pelos papéis da mineradora. Até o início da tarde desta terça-feira, último dia para os interessados em participar da operação se manifestarem, profissionais de corretoras de valores diziam que a demanda era pequena, mesmo se tratando de uma das blue chips da Bolsa de Valores de São Paulo. "Há um quadro de incertezas no mercado de ações que muitos investidores não querem enfrentar agora", afirmou um operador de um grande corretora paulista, que preferiu não se identificar. O momento adverso do mercado acionário é o principal motivo. Desde 6 de junho, antes de circularem rumores de que a companhia preparava uma megacaptação, as ações preferenciais da Vale já caíram 15 por cento, enquanto as ordinárias foram ainda mais longe, perdendo 19 por cento. Operadores dizem que a queda, superior aos 12 por cento do Ibovespa no mesmo período, é explicada pelas incertezas sobre o que a Vale fará com a oferta anunciada no dia 10 de junho, com a pretensão de captar até 15 bilhões de dólares. "Se for para comprar uma grande empresa, como a Xstrata, os recursos da oferta não serão suficientes. Ela poderá ter que se endividar, o que não é positivo", disse o diretor de outra corretora, também com sede em São Paulo. No mês passado, a companhia informou que não negociava nenhuma aquisição, embora tenha afirmado por meio de seu presidente, Roger Agnelli, estar sempre avaliando oportunidades. Outro fator que, segundo operadores, tem desmotivado a procura no varejo é o direito de preferência reservado aos atuais acionistas da companhia, para que estes não tenham diluída sua participação com o aumento de capital. Caso todos os acionistas exerçam sua prioridade para a subscrição de ações, não restará nada para o mercado, exceto se houver a emissão de um lote adicional, segundo profissionais do mercado. O acionista controlador, a Valepar, manifestou intenção de subscrever ações na oferta prioritária. Por fim, observaram os profissionais de corretoras, com um momento tão conturbado do mercado, os investidores que querem ter ações da companhia estão preferindo fazê-lo por meio de compras diretas no mercado à vista. "A preferência agora é por liquidez imediata", disse um operador. Na oferta pública, quem comprar ações da Vale pode se comprometer com um preço mais alto que o praticado no mercado no momento da liquidação do negócio.

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