A produção diária de aço bruto da China subiu 1,3 por cento em setembro, para o maior nível em três meses, segundo dados divulgados pela agência de estatísticas do país. Os números sugeriram que as usinas chinesas continuam trabalhando perto da capacidade plena, apesar da demanda fraca e recuo nos preços do aço.
A persistente produção elevada da China pode gerar mais pressão sobre os futuros do vergalhão, cujo preço caiu 13 por cento no mês passado, e também minar os preços do minério de ferro.
A China produziu 67,54 milhões de toneladas de aço bruto em setembro, queda de 2 por cento sobre o mês anterior e em patamar estável sobre um ano antes, segundo dados da agência de estatísticas do país divulgados nesta terça-feira.
Mas a produção diária subiu para 2,25 milhões de toneladas ante 2,22 milhões em agosto, puxada por uma ligeira melhora na atividade industrial do país. A taxa foi a maior desde junho, quando houve recorde de 2,31 milhões de toneladas de aço produzidas por dia.
A produção de aço bruto total da China deve atingir cerca de 820 milhões de toneladas este ano, perto da capacidade plena estimada em 1,1 bilhão de toneladas, mas acima da demanda, que tem sido duramente atingida por uma fraqueza da economia.
"As usinas preferem manter participação de mercado, esperando que as mais fortes vão sobreviver e as mais fracas ficarão pelo caminho", disse Melinda Moore, analista do Standard Bank.
A produção de aço bruto da China de janeiro a setembro somou 618 milhões de toneladas, alta de 2,3 por cento sobre um ano antes, segundo a agência de estatísticas.
Com base no ritmo de produção de setembro, o país deve produzir 5,4 por cento mais aço este ano que no ano passado, segundo cálculos da Reuters.
Apesar da produção se manter perto de nível recorde, a Associação de Ferro e Aço da China (Cisa) afirmou que o consumo aparente caiu nos oito primeiros meses de 2014, com todo o volume adicional produzido no período direcionado ao mercado de exportação.
Muitos no setor esperam que esforços para garantir a qualidade do ar durante a Cúpula de Cooperação Econômica da Ásia-Pacífico (Apec), no início de novembro em Pequim, sirvam para reduzir a oferta de aço, ajudando os preços da liga no curto prazo.
Toda a produção siderúrgica em um raio de 100 quilômetros de Pequim provavelmente será suspensa durante a cúpula, afirmou a consultoria Mysteel. Importantes instalações a 200 quilômetros da capital chinesa, raio que inclui o pólo de Tangshan, também poderão parar no período de 1 a 12 de novembro.
(Por David Stanway)
