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Produtores buscam formas de reduzir novas altas do milho

No final do ano passado, o preço do produto chegou a ser cotado por R$ 35 a saca de 60 quilos

Por Tania Rabello e Fernanda Yoneya - O Estado de S.Paulo
Atualização:

Após ter batido por volta de R$ 35 a saca de 60 quilos no fim do ano passado, o preço do milho parece ter iniciado o caminho de volta ao nível de preços históricos, entre R$ 18 e R$ 20 a saca. No início de agosto, ele já estava cotado em R$ 24, segundo levantamento do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea-Esalq/USP), trazendo alívio aos principais consumidores do cereal: os setores de avicultura e suinocultura. Com a entrada da safrinha, em plena colheita, a perspectiva de reposição de perdas para ambos os setores é mais animadora.   Veja também: Menos vendas externas e safrinha farta Alta de custo influenciará próximo plantio Passada a tempestade, porém, os avicultores e suinocultores começam a encontrar soluções para não depender tanto do esquema "da mão para a boca". "Agora, além dos avicultores, teremos também produtores de milho em regime de integração", diz o gerente industrial da Korin, Luiz Carlos Demattê. A empresa, produtora de frangos de corte e ovos em Ipeúna (SP), produz 1.200 toneladas de ração - composta por 70% de milho -, distribuídas mensalmente aos integrados, produtores de frangos. Economia mensal "A saca de milho na nossa região chegou a R$ 33,30, entre fevereiro e março", diz Demattê. "Tivemos de comprar a este preço, não teve jeito." Agora, com a baixa no preço do milho, Demattê já calculou sua economia mensal em relação ao que estava pagando há cerca de um mês: R$ 28 mil. Com a integração entre a Korin e os produtores de milho, Demattê acredita que será possível fugir de oscilações tão fortes de preços do principal insumo utilizado na granja - são de 700 a 750 toneladas de milho consumidas por mês na fábrica de ração. "Pagaremos preço de mercado, mas será mais fácil negociar valores, já que daremos garantia de compra." O pesquisador do Cepea, Lucilio Alves, acrescenta que outra boa saída para o avicultor e o suinocultor não ficarem tão à mercê de oscilações bruscas de preços é fechar contratos antecipados de compra, para fixar um preço que seja compensador tanto para o produtor quanto para o agricultor. Patamar adequado "A negociação fica num patamar adequado para ambas as partes", diz Alves, acrescentando que, para se garantir, ideal é fazer contratos antecipados, mas que estejam vinculados a algum sistema de hedge junto às bolsas de mercados futuros. "Os bancos oferecem uma série de alternativas para proteger o produtor dessas oscilações", afirma Alves. A Associação Paulista de Criadores de Suínos (APCS) também tem alertado os produtores sobre formas de se proteger de novas altas. "O mercado futuro será ferramenta fundamental para os criadores se protegerem", diz o presidente da APCS, Valdomiro Ferreira Júnior. Ele aponta como vantagem da negociação via bolsa a possibilidade de reduzir riscos. "O produtor tem como se programar, porque o mercado físico é mais suscetível a oscilações." Na BM&F, é possível fixar um bom preço de compra, "protegendo" o valor da mercadoria, ou fazendo "hedge".

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