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Queiroz Galvão vende fatia em área do pré-sal por US$ 379 milhões

QGEP, braço do grupo citado na Lava Jato, acertou venda de 10% do bloco BM-S-8 à norueguesa Statoil; há um ano, multinacional comprou fatia de 66% da Petrobrás no mesmo ativo

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Por Redação
Atualização:

A QGEP Participações, empresa do grupo Queiroz Galvão, citado na Operação Lava Jato, que investiga esquema de corrupção na Petrobrás, anunciou ontem, em fato relevante, a venda de sua participação de 10% no bloco BM-S-8, localizado na Bacia de Santos, à norueguesa Statoil, por US$ 379 milhões (cerca de R$ 1,23 bilhão). A área inclui o prospecto exploratório de Carcará, no pré-sal, considerado uma das grandes descobertas de petróleo no mundo nos últimos anos, conforme informações de mercado. 

Potencial de produção de petróleo e gás no Bloco BM-S é considerado alto Foto: Wilton Junior/Estadão

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Com a aquisição, a fatia da estatal norueguesa na área de exploração chega a 76%, uma vez que a Statoil já havia adquirido, há pouco menos de um ano, a participação de 66% que a Petrobrás detinha na área, em um desembolso de cerca de US$ 2,5 bilhões. A operação faz parte do programa de venda de ativos da estatal petrolífera. 

Com a saída da Petrobrás e do braço de óleo e gás da Queiroz Galvão da área de exploração do pré-sal, continuam como sócios a Petrogal Brasil, da portuguesa Galp, com 14% de participação, e a Barra Energia do Brasil Petróleo e Gás, com 10%.

Na época da venda de sua participação no bloco BM-S-8, a Petrobrás explicou que o bloco, por ainda não estar operacional, exigiria alto investimento no curto prazo, em um momento em que a estatal estava com o fluxo de caixa comprometido.

Apesar de o potencial da área do pré-sal ser considerado alto, a Petrobrás explicou, no ano passado, que as sócias só têm a expectativa de sair da fase de começar a receber dividendos com o bloco nas próximas décadas.

O grupo Queiroz Galvão também vive momento difícil, uma vez que, segundo fontes de mercado, seu negócio de construção correria o risco de pedir recuperação judicial. A empresa foi declarada inidônea pelo Tribunal de Contas da União (TCU) em abril por suposta fraude na licitação da usina Angra 3.

Parcelas. A exemplo do que ocorreu na negociação com a Petrobrás, a Queiroz Galvão vai receber 50% do valor no fechamento da transação, ou US$ 189,5 milhões. O restante será pago em parcelas “relacionadas a eventos subsequentes”, apontou o fato relevante. 

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O contrato anunciado ontem representa uma venda lucrativa para a QGEP, que pagou US$ 175 milhões por sua fatia no bloco BM-S-8, em 2011. 

“Considerando o período de tempo em que mantivemos esse ativo e a falta de visibilidade em relação à efetiva data do primeiro óleo, concluímos que a transação é consistente tanto com nossa política de gerenciamento de risco quanto com nosso compromisso de gerar valor ao acionista”, afirmou, também em comunicado, Lincoln Guardado, presidente da QGEP.

Negociação paralela. Outro anúncio feito pela QGEP no documento divulgado ontem diz respeito a outro bloco na Bacia de Santos em que possui participação, o BS-4. Segundo a empresa, a detentora do contrato de afretamento do navio-plataforma (FPSO), a Atlanta Field B.V, está em fase final de negociações com a Teekay Offshore para a entrega da unidade a ser alocada no bloco.

O braço do grupo Queiroz Galvão é dono de 30% no BS-4, no qual é operador, segundo seu website. “Acreditamos que estamos perto de concluir um acordo que será mutuamente benéfico, visando a assegurar o início da produção de óleo no Campo de Atlanta no primeiro trimestre de 2018”, disse Guardado. / RENATO CARVALHO e REUTERS

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