As iniciativas adotadas pelo Grupo dos 20 (G-20, que reúne as nações mais industrializadas e as principais potências emergentes do mundo) no decorrer dos últimos meses ajudou a recuperar a economia global e a evitar um colapso total do sistema financeiro internacional, afirmam os líderes de Canadá, Coreia do Sul, Estados Unidos, Reino Unido e França em declaração conjunta divulgada hoje em Toronto. No entanto, eles advertem que a recuperação continua frágil e defendem a intensificação da cooperação entre os membros do G-20.
Segundo a carta, os países do G-20 precisam trabalhar mais unidos para recuperar o sistema financeiro global e colocar a economia em uma rota de crescimento sustentado, afirmam os líderes.
A declaração, divulgada pela Coreia do Sul, vem à tona em meio aos preparativos para a reunião anual de cúpula do G-20, prevista para ocorrer nos dias 26 e 27 de junho em Toronto, Canadá.
"É vital que nós, ancorados em um espírito de um autointeresse esclarecido, continuemos a trabalhar juntos na busca por nossos objetivos mútuos para lidar com riscos novos e emergentes, salvaguardando a estabilidade e apoiando um retorno robusto ao crescimento e à criação de emprego em todas as nossas economias", diz a carta.
Ainda segundo a declaração, os países do G-20 precisam atuar com o objetivo de assegurar que as políticas fiscal, monetária, cambial, comercial e estrutural das nações "sejam coletivamente consistentes com um crescimento forte, sustentado e equilibrado".
Caso os atuais desequilíbrios comercial, fiscal e estrutural não sejam combatidos, "o risco de crises e de baixo crescimento no futuro permanecerá", prosseguem os líderes na carta.
Os cinco países afirmam ter havido progresso na estabilização e no fortalecimento do sistema financeiro global e defendem que os integrantes do G-20 cumpram a promessa de desenvolver até o fim do ano regras que melhorem o nível e a qualidade do capital dos bancos, assim como sua liquidez.
Canadá, Coreia do Sul, EUA, França e Reino Unido defendem ainda que seja mantida a resistência ao protecionismo comercial e que esforços sejam empenhados para liberalizar o comércio e os investimentos internacionais.
Os cinco países também salientam a necessidade de aperfeiçoamento dos mercados de energia e da retirada de subsídios a combustíveis fósseis, o que provocaria distorções e inibiria investimentos em fontes limpas de energia.
No início do mês, grupos de trabalho reuniram-se em Ottawa, a capital canadense, para discutir a agenda da cúpula do G-20.
Antes da reunião prevista para o fim de junho em Toronto, ministros das Finanças e presidentes dos bancos centrais dos países do G-20 participarão de encontros em 23 de abril em Washington e no início de junho em Busan, Coreia do Sul, para definir a agenda do encontro. Uma segunda reunião de cúpula dos líderes do G-20 está marcada para novembro em Seul, com encontros preparatórios a partir de outubro.
O G-20, que substituiu o G-7 na condição de principal fórum internacional para questões econômicas e financeiras, reúne países industrializados como Estados Unidos, Alemanha e Japão a potências emergentes como Brasil, China e Índia, cujo rápido crescimento nos últimos anos deu a estas respaldo para que suas posições sejam levadas em consideração no momento de se estabelecer a agenda econômica global. As informações são da Dow Jones.