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Rendimento na região metropolitana de SP cai pelo 4º mês seguido

De janeiro para fevereiro, a renda do trabalhador caiu 0,8%, mostra a pesquisa do Dieese e Seade

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Por Beatriz Bulla e da Agência Estado
Atualização:

SÃO PAULO - Pelo quarto mês seguido, o rendimento médio real dos ocupados na região metropolitana de São Paulo dá sinais negativos. De janeiro para fevereiro, a renda caiu 0,8%, mostra a Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED), desenvolvida pela Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade) e pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Para os assalariados, a queda em fevereiro ante o mês anterior foi de 0,1%.

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A renda média real dos ocupados já havia caído 0,1% em novembro, 0,8% em dezembro e 2,8% em janeiro. "Esse é o quarto mês seguido que o rendimento vêm se mostrando com pequenos sinais negativos. Mas é um movimento recorrente nos outros anos", comentou o coordenador da pesquisa, Alexandre Loloian.

No conjunto das sete regiões analisadas na PED, o rendimento médio dos ocupados caiu 0,3% do primeiro para o segundo mês do ano, enquanto a renda dos assalariados subiu 0,3%. Regionalmente, a maior queda (3,2%) no rendimento dos ocupados foi registrada em Fortaleza.

Transporte

Enquanto a indústria de transformação foi a âncora no nível de ocupação da região metropolitana de São Paulo, o setor de serviços foi o único que não demitiu de fevereiro para março. E dentro de Serviços, o destaque é do segmento de transporte, armazenagem e correio. A boa notícia, é que o aumento no nível de ocupação dessa atividade pode significar uma possível retomada da economia da região. A avaliação é do coordenador da PED, Alexandre Loloian. "Melhora na ocupação em transporte e armazenagem pode ser um sinal de nível de atividade, de que há empresas precisando de logística para criar estoques", disse.

De fevereiro para março, o setor de Serviços aumentou em 0,1% o nível de ocupação, puxado pelo segmento de transporte e armazenagem (alta de 2% no mesmo período), na região metropolitana de São Paulo. No acumulado do ano - março comparado a dezembro -, a alta é de 13,2% para o segmento. "Representa a criação de 81 mil postos de trabalho para transporte, armazenagem e correio nesse ano", disse Loloian, que ressaltou que, em São Paulo, o setor de serviços está muito ligado à atividade da indústria.

Serviços correspondem atualmente por 56,3% do total dos ocupados na região, seguido do Comércio e Reparação de Veículos Automotores e Motocicletas (18,3%), Indústria de Transformação (16,9%) e Construção (7,3%). O patamar atual da indústria, por sinal, "é um dos mais baixos para o setor", alerta o coordenador da PED. Em março de 2011, a Indústria de Transformação respondia por 18,4% do nível de ocupação da região.

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O destaque negativo em Serviços fica por conta do segmento de serviços domésticos, cujo nível de ocupação caiu 3,8% na passagem de fevereiro para março, com 26 mil empregados domésticos a menos. "É um segmento que vem caindo desde dezembro, no início do ano sempre tem essa sazonalidade", explicou Loloian. Ele disse que o recuo de março mão pode ser atribuído à um efeito da emenda constitucional que ampliou os direitos das domésticas.

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