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Importação de carne brasileira ainda depende de análises, diz Rússia

Governo russo bloqueou entrada de carnes suína e bovina em novembro de 2017 alegando detecção de uma substância promotora de crescimento

Por Camila Turtelli
Atualização:

O Serviço Federal de Vigilância Veterinária e Fitossanitária da Rússia, Rosselkhoznadzor, afirmou que a reabertura do mercado para as carnes suína e bovina brasileiras ainda depende do fim das análises de material enviado pelo Brasil e também de inspeções que o governo russo deve realizar em unidades produtoras brasileiras. Ao Broadcast Agro, o Rosselkhoznadzor informou que as análises que estão sendo conduzidas devem deixar claro quais são as medidas adicionais necessárias a serem tomadas. "Incluindo consultas adicionais entre órgãos oficiais, bem como a realização de inspeções de empresas brasileiras pelo Federal Serviço de Vigilância Veterinária e Fitossanitária apenas nas empresas que não utilizam ractopamina e que tenham sido verificadas pela autoridade competente do Brasil", diz. O governo russo não informou prazos para estas ações.

O Serviço Federal de Vigilância Veterinária e Fitossanitária da Rússia alegoua detecção de ractopamina, uma substância permitida na suinocultura no Brasil Foto: JOSE MARIA TOMAZELA/AE

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Em novembro passado, o governo russo bloqueou a entrada das carnes bovina e suína do Brasil, alegando a detecção de ractopamina (um promotor de crescimento) em lotes enviados ao país. A substância é proibida na Rússia. Aqui, é bloqueada na produção de proteína bovina, mas é liberada na suinocultura. Indústria e governo negam a contaminação e desde então vêm trabalhando para a retomada do mercado que é de extrema importância para o escoamento da oferta brasileira de carne suína. A Rússia é o principal importador, com o equivalente a 33% das vendas brasileiras, ou 245 mil toneladas, em 2016, de acordo com a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). O país foi o quarto principal comprador de carne bovina do Brasil em 2016, com um volume de 130 mil toneladas, ou cerca de 12% da exportação total, segundo aAssociação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec).

O governo e a indústria brasileira acreditam na rápida retomada deste mercado. No dia 18 de janeiro, o governo russo se comprometeu a avaliar com o "máximo de celeridade" a reabertura do mercado de carnes brasileiras. A declaração foi dada pelo chefe do Rosselkhoznadzor, Sergey Dankvert, ao secretário de Defesa Agropecuária, Luis Rangel, do Ministério da Agricultura brasileiro, durante encontro no Fórum Global para a Alimentação e a Agricultura (GFFA), na Alemanha. Segundo nota do ministério, Dankvert teria ressaltado que o Brasil é um importante fornecedor de proteína animal para o mercado russo. Neste encontro, Rangel entregou informações consolidadas das investigações brasileiras sobre alegadas detecções de ractopmina. 

Ainda em busca da reabertura do mercado, o Brasil chegou a ceder nas negociações para a entrada do trigo russo no País. O ministro da Agricultura, Blairo Maggi, chegou a admitir que o governo brasileiro cederia às demandas da Rússia para restabelecer as vendas de carnes bovina para aquele mercado.

O ministro da Agricultura, Blairo Maggi, deve participar nesta quarta-feira, 21, à tarde, em Brasília, de uma reunião com frigoríficos brasileiros para discutir os problemas das plantas dos frigoríficos nas importações e exportações de aves, suínos e bovinos.

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