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Riscos na zona do euro devem acelerar união fiscal, diz Credit Suisse

De acordo com relatório da instituição, pressões do mercado forçarão França e Alemanha a chegarem a um acordo sobre o bloco econômico muito mais cedo do que gostariam

Por Gustavo Nicoletta e da Agência Estado
Atualização:

Os riscos que rondam a zona do euro podem acelerar a integração fiscal do bloco monetário, mesmo que países como Alemanha e França sejam contrários a isso, afirmou o Credit Suisse num relatório divulgado nesta segunda-feira, 21. "Algumas coisas extraordinárias quase certamente precisarão acontecer - provavelmente até meados de janeiro - para evitar o fechamento progressivo de todos os mercados de bônus da zona do euro", afirmou o banco. Segundo o relatório, os investidores estão percebendo que simplesmente não têm certeza do que detêm ou estão comprando nos mercados de bônus soberanos da zona do euro e precisarão de sinais confiáveis de integração política e fiscal no bloco monetário. Os analistas afirmam que isso deve colocar um ponto final no avanço a passo lento observado até agora na Europa, pois "as pressões do mercado efetivamente forçarão a França e a Alemanha a fecharem um acordo muito importante sobre união fiscal muito mais cedo do que parece ser possível atualmente ou do que gostariam". O Credit Suisse acredita que os investidores continuarão empurrando para cima os juros projetados pelos títulos da Itália e da Espanha, mesmo se esses países continuarem adotando reformas orçamentárias. "O yield dos títulos de 10 anos (desses países) superando 9% por um breve período não é algo que podemos descartar. Por isso, é bastante possível que vejamos o yield dos títulos franceses acima de 5% e até mesmo o dos títulos alemães aumentando durante o debate sobre união fiscal", afirmou o banco. "Isso pode acontecer mesmo se o Banco Central Europeu agir de forma mais agressiva para diminuir os juros e introduzir medidas extras para garantir financiamento aos bancos", disseram os analistas.

As informações são da Dow Jones.

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