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Robô camareiro começa a ser testado em hotel dos EUA

Atendentes robóticos com rodas são projetados para transportar itens até os quartos e retirar a roupa para lavanderia, entre outros serviços para os hóspedes

Por John Markoff
Atualização:
Robô camareiro é testado em hotel Foto: NYT

CUPERTINO - É como o irmão bonzinho do exterminador do futuro.

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Num lobby de hotel localizado bem diante do campus corporativo da Apple, um recepcionista deposita um cartão no compartimento de um robô de 90cm de altura, inserindo o número de um quarto numa pequena tela. O robô, "Botlr", responde com um ruído ao estilo de R2D2 e parte em direção ao elevador para chegar ao seu destino final.

No dia 20 de agosto, o hotel Aloft vai começar a testar esse atendente robótico, um veículo de serviço com rodas projetado para transportar itens do saguão do hotel até os quartos dos hóspedes. Parte atração excêntrica, parte sinal do que o futuro reserva, o Botlr é o mais novo modelo da geração de robôs que começa a caminhar pelo mundo cotidiano - como o carro do Google sem motorista, o robô de suprimentos hospitalares Tug, da Aetheon, e o caddy elétrico Caddytrek nos campos de golfe.

Painel digital para interação com humanos Foto: NYT

Empregos. Não chega a surpreender que esses primeiros passos robóticos em direção ao mercado de massas tenham levado a certo nervosismo: quais são as consequências da inteligência artificial mais espera do que nós, como vista em filmes como Her e Transcendence? Será que o próximo estágio da automação das máquinas vai levar à eliminação de mais empregos?

A Aloft Hotels e a Savioke, startup do Vale do Silício que projetou o Botlr, insistem que não estão interessadas na automação como forma de eliminar o trabalho humano. Elas dizem que estão apenas aprimorando a marca da pequena cadeia de hotéis, conhecida pela implementação da tecnologia, esperando também aumentar em parte a eficiência.

"Vejo isso como uma melhoria em nosso serviço ao cliente", disse Brian McGuiness, vice-presidente sênior da Starwood Hotels para suas marcas Specialty Select, que incluem os 100 hotéis Aloft a serem abertos em 14 países até o ano que vem. "Não é algo que vá substituir nosso talento humano."

De fato, apesar de todo o debate a respeito da intrusão dos robôs no cotidiano, a capacidade dos robôs de realizar tarefas além das mais básicas ainda é algo que só é visto em experimentos de laboratório. A verdade é que a maioria dos pertence à categoria dos aspiradores de pó autônomos fabricados por empresas como a iRobot ou de vários tipos de cortadores de grama. A Federação Internacional da Robótica informou que 16.067 robôs profissionais de serviço foram vendidos internacionalmente em 2012, apenas 2% a mais do que os 15.776 vendidos em 2011.

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"Há futuro para a aplicação colaborativa de robôs, seja em fábricas, hospitais ou restaurantes", disse Jeff Burnstein, presidente da Associação de Indústrias Robóticas. "Mas o surgimento de aplicações fora das fábricas tem sido bastante lento. É um processo que ainda deve demorar."

A Starwood usa o hotel Aloft perto do campus da Apple como espaço de testes para os mais novos dispositivos e serviços da cadeia de hotéis conhecida pela alta tecnologia. Eles fazem experimentos com ideias como maneiras fáceis de trazer o conteúdo do smartphone ou do tablet para a tela do quarto de hotel. Além disso, o hóspede pode destrancar a porta de seu quarto usando um aplicativo em seu celular.

Assim, os executivos do hotel se mostraram naturalmente receptivos quando a Savioke, startup do setor de robótica com sede em Santa Clara, Califórnia, entrou em contato com a Starwood no início do ano com a proposta de acrescentar robôs de serviço à gama de dispositivos e serviços de "tecnologia futurista" da cadeia Aloft.

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