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Rodrigues descarta salvaguardas já contra importações do Mercosul

Por Agencia Estado
Atualização:

Brasília, 21 - O ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, descartou há pouco a adoção imediata de salvaguardas a produtos agrícolas importados dos demais países do Mercosul. A proposta de fixar cotas para importação de arroz, trigo, vinho e alho é defendida por parlamentares e por representantes dos agricultores do Sul do País, principalmente do Rio Grande do Sul. A comercialização de produtos agrícolas no bloco foi discutida hoje, em audiência pública na Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional, no Senado. "Por enquanto não é possível adotar salvaguardas, porque essa é uma questão (mecanismo) que não funciona num bloco de união aduaneira", comentou Rodrigues, depois de se reunir com deputados gaúchos. "Porém, a Argentina tem adotado a política de salvaguardas. Se eles (argentinos) colocarem esse tema insistentemente, o Mercosul pode rever o assunto, mas por enquanto não há essa decisão", comentou. O ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, afirmou há pouco que as reclamações dos agricultores do Rio Grande do Sul são "justas, justíssimas". Os produtores gaúchos argumentam que as importações de produtos agrícolas - principalmente alho, arroz, trigo e vinho - dos demais países do Mercosul derrubam preços e prejudicam a produção nacional. Depois de se reunir com representantes dos agricultores e parlamentares gaúchos e de ouvir as queixas do setor, Rodrigues disse que já conhece as reclamações. "Em agosto, em discurso na abertura da Expointer, eu sinalizei que a agricultura teria dificuldades", afirmou ele, referindo-se à importante feira agrícola do Rio Grande do Sul. O ministro contou que todos os setores do governo estão empenhados para encontrar soluções que evitem uma crise do setor agrícola em 2005. "Nem todas são simples, porque dependem de ações articuladas de vários ministérios e dependem de instrumentos de negociação internacional que são complexos", comentou. Apesar das dificuldades, ele disse que o governo está trabalhando "com carinho" para evitar uma nova fase de endividamento rural, o que, avaliou Rodrigues, "cria muito mais dificuldades para o País". (segue)

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