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Rolls-Royce apresenta proposta de acordo de leniência ao governo federal

Objetivo da companhia britânica é confessar os ilícitos investigados na Operação Lava Jato

Por Fabio Fabrini
Atualização:

BRASÍLIA - A empresa britânica Rolls-Royce apresentou ao governo federal uma proposta de acordo de leniência. O objetivo é confessar os ilícitos investigados na Operação Lava Jato e pagar prejuízos causados ao erário, em troca de manter a possibilidade de participar de licitações e firmar contratos com o poder público.

A solicitação foi apresentada no primeiro semestre, após a empresa fechar um acordo com o Ministério Público Federal (MPF), por meio do qual se comprometeu a pagar R$ 81,1 milhões à Petrobrás. O valor corresponde aos lucros obtidos em seis contratos com a estatal, obtidos por meio de corrupção, além do valor pago a intermediários que atuaram na companhia e multa pelo envolvimento no esquema.

Solicitação da Rolls-Royce foi apresentada no primeiro semestre Foto: DIVULGAÇÃO

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As tratativas com os investigadores livraram a empresa de medidas judiciais, como ações de improbidades. O valor negociado é uma antecipação das perdas causadas à companhia petrolífera. Porém, para manter a perspectiva de fechar negócios com o governo, é preciso que o acordo de leniência seja firmado com a Advocacia-Geral da União (AGU) e o Ministério da Transparência, Fiscalização e Controladoria-Geral da União (AGU). Os dois órgãos podem, inclusive, exigir compensação mais alta.

Segundo fonte do governo, as negociações estão em fase inicial, mas devem correr rapidamente, já que a própria empresa, por meio de uma investigação interna, identificou as irregularidades e as informou ao poder público.

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A Rolls-Royce também negociou acordos com autoridades nos Estados Unidos e no Reino Unido, após constatar ilícitos em 11 países.

No Brasil, a empresa reconheceu ter pago R$ 20 milhões em comissões e propinas a intermediários para obter contratos de fornecimento de turbinas à Petrobrás. A empresa tinha como operador financeiro no País o empresário Luís Eduardo Campos Barbosa da Silva, sócio do lobista Julio Faerman na empresa Oildrive. Ambos firmaram acordos de delação premiada.

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O Estado enviou questionamentos à Rolls-Royce sobre a proposta feita ao governo federal, mas a empresa não os respondeu. Em nota, informou que está atualmente negociando com a Petrobrás o pagamento pactuado com o MPF. “Não podemos comentar detalhes dos acordos alcançados com autoridades de investigação”, acrescentou. A CGU não comenta acordos de leniência em negociação.

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