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RS disputa mercado uruguaio da carne bovina com menor preço

Por Agencia Estado
Atualização:

Porto Alegre, 17 - A carne bovina gaúcha chegou ao varejo uruguaio na semana passada, onde disputa o mercado local com preços em torno de 20% menores que o do produto do país vizinho, que é de R$ 2,80/kg, em média. A abertura das exportações do Estado para o Uruguai é resultado de quase um ano de negociações e foi acertada no começo de setembro, na 27ª Exposição Internacional de Animais, Máquinas, Implementos e Produtos Agropecuários (Expointer), em Esteio (RS), durante visita dos ministros da Agricultura dos dois países. Há cerca de duas décadas, o Rio Grande do Sul havia vendido carne bovina para a indústria uruguaia, lembrou o coordenador da comissão de pecuária de corte da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul), Fernando Adauto. O país vizinho assumiu recentemente uma nova postura e está enviando ao exterior todo o volume disponível, pois consegue melhores preços. Com isso, abre espaço para que a carne gaúcha ganhe mais mercado. "O Uruguai é um grande exportador e vende tudo o que pode, com valor melhor, e importa uma carne igual, de menor valor", resumiu Adauto. "Eles têm um mercado externo de excelência", observou o presidente da Farsul, Carlos Sperotto, citando os Estados Unidos, Canadá, União Européia e agora o Japão. Sperotto disse que a primeira remessa do produto foi de 22 toneladas e até o final do ano dois frigoríficos gaúchos deverão enviar 600 toneladas ao país vizinho. O potencial de exportações para o Uruguai não é expressivo nas vendas brasileiras, mas é relevante para o Rio Grande do Sul, enfatizou Adauto. Entre as indústrias do país vizinho, havia resistência à abertura do mercado para as importações gaúchas, lembrou Adauto, o que prolongou as negociações. Os acordos sanitários do Uruguai, em especial com os Estados Unidos, também impõem restrições comerciais às importações. O Rio Grande do Sul, no entanto, havia recuperado sua condição de área livre de febre aftosa antes do Uruguai, após o último registro da doença na região, há três anos, o que levou os produtores a pressionarem pela abertura do mercado.

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