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Santander tem lucro de R$ 2,07 bilhões no 1º trimestre, alta de 17,5%

Ativos totais do banco somaram R$ 383,99 bilhões, avanço de 21,5% ante o 1º trimestre de 2010

Foto do author Luana Pavani
Foto do author Altamiro Silva Junior
Por Luana Pavani , Altamiro Silva Junior (Broadcast) e da Agência Estado
Atualização:

O Banco Santander anuncia lucro líquido de R$ 2,071 bilhões no primeiro trimestre de 2011, seguindo o padrão contábil internacional, o IFRS, o que representa um crescimento de 17,5% sobre o resultado de R$ 1,763 bilhão no mesmo período de 2010. Os dados se referem ao resultado contábil ajustado pelo hedge fiscal do investimento na agência de Cayman e pela unificação de classificação contábil de operações de leasing ocorrida por ocasião da integração de sistemas da Santander Leasing Arrendamento Mercantil.

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Os ativos totais somam R$ 383,988 bilhões, um avanço de 21,5% ante o primeiro trimestre de 2010.

O patrimônio líquido final alcançou R$ 74,716 bilhões, alta de 5,6% ante os R$ 70,729 bilhões do mesmo período do ano passado. Já o patrimônio líquido médio excluindo ágio é de R$ 45,772 bilhões no primeiro trimestre de 2011, 9,8% maior.

O retorno sobre o patrimônio líquido médio anualizado (ROAE) ficou em 11,7% ao final de março, ante 10,5% no primeiro trimestre de 2010, um aumento de 1,2 ponto porcentual. O ROAE anualizado excluindo ágio é de 19,4%, maior que o de 18,0% no mesmo intervalo do ano passado.

O índice de Basileia (excluindo ágio da aquisição do Banco Real e da Real Seguros Vida e Previdência) fechou março em 22,7%, queda de 1,7 p.p. em doze meses.

BR Gaap

O Santander anunciou lucro líquido de R$ 1,013 bilhão no padrão contábil brasileiro, BR Gaap. A expansão foi de 22% ante o trimestre anterior. Já na comparação com os meses de janeiro e março de 2010 ficou praticamente estável - era de R$ 1,015 bilhão.

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A diferença em relação ao padrão internacional, IFRS, se deve à amortização do ágio da compra do Real, de R$ 829 milhões no período. Este resultado não é incluído no ganho em BR Gaap. Há ainda uma diferença de R$ 255 milhões referente a outros itens, não especificados pelo banco.

Crédito

O Banco Santander fechou o primeiro trimestre com carteira de crédito de R$ 164,598 bilhões, alta de 17,6% em doze meses e de 2,5% ante o período anterior, considerando o padrão contábil internacional IFRS. O segmento que mais cresceu foi o de pequenas e médias empresas, com expansão de 27,7% ante os meses de janeiro a março de 2010.

A carteira de pessoa física aumentou 21,5% em doze meses e encerrou março em R$ 53,456 bilhões. Antes o quarto trimestre de 2010 registrou alta de 4,9%. Dentro do segmento, os produtos de maior crescimento foram crédito consignado (alta de 34% em 12 meses), financiamento imobiliário (+32%) e cartões de crédito (+29%).

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A carteira de financiamento ao consumo atingiu R$ 26,939 bilhões, com alta de 5,6% em doze meses e leve queda de 0,1% em relação aos três meses anteriores. Segundo o banco, nesta linha a prioridade foi "rentabilizar o negócio", por isso o fraco desempenho no período. A carteira de veículos teve queda de 0,2% no primeiro trimestre ante o trimestre anterior.

O banco também divulgou a carteira de crédito ampliada, que inclui avais e fianças e outras obrigações, que teve alta de 21,9% na comparação entre primeiros trimestres, totalizando R$ 177,953 bilhões no mesmo período.

O Santander fechou março com Índice de Basiléia de 22,7%, com alta de 0,5 ponto porcentual ante dezembro e queda de 1,7 ponto em doze meses. O indicador está bem acima do mínimo exigido pelo Banco Central, que é 11%. O Basileia é um índice de solvência e mostra quanto o banco pode crescer no crédito sem comprometer seu capital.

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Inadimplência

O Santander fechou o primeiro trimestre com alta no índice de inadimplência, depois de cinco períodos consecutivos de queda. O indicador encerrou março em 6,1%, ante 5,8% em dezembro. Na comparação com o mesmo período de 2010, porém, houve queda, pois a taxa estava em 6,6%.

O indicador subiu nos dois segmentos que o banco opera. Na pessoa física passou de 7,6% em dezembro para 7,9%, mas ainda está abaixo de março do ano passado (8,8%). Na pessoa jurídica, passou de 4,3% para 4,5%; em março de 2010 era 5,3%.

O Santander atribui a alta do indicador a fatores sazonais do começo do ano. Além disso, o banco cita que no processo de integração de sistemas com o Real houve uma mudança de critério do cálculo da inadimplência no padrão IFRS para o portfólio vindo do banco adquirido, o que explica mais que 50% do aumento da inadimplência no trimestre.

O banco divulgou a inadimplência no padrão IFRS, que é mais conservador que o padrão contábil brasileiro. Ontem, o Bradesco divulgou uma taxa de calotes de 3,6%, considerando os atrasos acima de 90 dias. O Santander também informou no balanço o indicador em BR Gaap, que ficou em 4%, também em alta ante o período anterior (3,9%) e queda em 12 meses (5,4%).

As despesas com provisão para devedores duvidosos (PDD) fecharam o período em R$ 2,6 bilhões, queda de 3,3% em 12 meses e alta de 22% ante o trimestre anterior, por conta do aumento da inadimplência.

Serviços e rede

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O foco do Santander vai ser mais no crescimento da rede e nos serviços bancários a clientes do que no crédito, segundo o novo presidente do banco no Brasil, o espanhol Marcial Portela. "O sistema financeiro brasileiro está muito polarizado no crédito. O sistema bancário tem outras oportunidades", disse o executivo em entrevista à imprensa para comentar os resultados trimestrais do banco, anunciados nesta quinta-feira.

"Queremos tirar um pouco o foco no crédito", disse Portela. Para ele, o banco poderia ter taxas de expansão de 25%, 30% no crédito, mas optou por ser prudente. "É muito fácil incrementar o volume de empréstimos, mas não vamos abrir mão de ser criteriosos."

O Santander vê mais oportunidades de expansão no Brasil em serviços financeiros, como cartões e distribuição de seguros. O banco, segundo ele, não descarta aquisições, parcerias e alianças estratégicas para crescer no País. Portela, porém, diz que as oportunidades são cada vez menores.

Para 2011, até o final do ano, o banco pretende abrir cerca de 110 novas agências e 600 mil novas contas correntes. No primeiro trimestre, foram abertas 31. "A proximidade com o cliente será um diferencial", disse Portela, em sua primeira entrevista à imprensa desde que foi nomeado para comandar o banco, em fevereiro. O executivo antes ocupava o conselho de administração da instituição.

(Texto atualizado às 13h19)

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