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Sem licenças no RJ e CE, Petrobras avalia novas plantas de GNL

Por RODRIGO VIGA GAIER
Atualização:

A Petrobras ainda não recebeu as licenças ambientais para as duas plantas de GNL (Gás Natural Liquefeito) que serão construídas no Rio de Janeiro e no Ceará, mas mesmo assim já avalia a construção de outra unidade no Sul do país e a viabilidade de mais três no Nordeste brasileiro. O diretor de Gás e Energia da estatal, Ildo Sauer, salientou que as licenças teriam que sair até o final do ano, para que o cronograma das obras seja seguido, mas que por enquanto isso não vem atrapalhando os projetos. "A liberação das licenças está no limite. Os projetos estão andando e por enquanto não estão atrasados", disse por telefone o executivo da Petrobras, explicando que aguarda a liberação da licença do Rio de Janeiro para o mês de setembro. A planta cearense, com capacidade de produção de 6 milhões de metros cúbicos, está prevista para entrar em operação no ano que vem, e a unidade carioca deve começar a funcionar em 2009, com capacidade para 14 milhões de metros cúbicos. Segundo ele, o plano estratégico da estatal prevê uma oferta de 31 milhões de metros cúbicos de GNL até 2012, e a empresa já está estudando novas unidades no Brasil e no exterior. A terceira unidade de gás natural liquefeito deve ser construída em São Francisco, em Santa Catarina, e teria uma capacidade de 10 milhões a 12 milhões de metros cúbicos. "A terceira planta vai ficar no Sul do país. Isso está definido para 2011 ou 2012. Estamos estudando outras possibilidades, inclusive no Paraná, perto do porto de Paranaguá", disse Sauer. "São Francisco é importante porque fica perto de um porto e facilita o trabalho", acrescentou o diretor da Petrobras, que admitiu que uma unidade de GNL em Montevidéu, no Uruguai, também está em estudo na área internacional da companhia. O investimento na construção de um terminal de GNL está avaliado em cerca de 100 milhões de dólares, e o afretamento de um navio para realizar o processo de regaseificação custa em média 300 milhões de dólares, segundo Sauer. O GNL será comprado no mercado spot pela Petrobras, e a Nigéria será uma das fornecedoras da estatal brasileira. APOSTA NO NORDESTE A Petrobras aposta no crescimento do mercado do Nordeste do país, que seria uma nova "prioridade" da empresa, declarou Sauer. A construção do Gasene --gasoduto que vai ligar a região com o Sudeste do país-- deve alavancar o consumo de gás no Nordeste, e a empresa aguarda a expansão desse mercado para realizar novos investimentos em GNL no local. "Precisamos de gás para atender as térmicas, o mercado veicular e o consumo industrial", disse o diretor da Petrobras. Segundo ele, a empresa tem estudos para construção de plantas de GNL em São Luís, no Maranhão, e nos Estados da Bahia e Pernambuco. "Se houver mercado para o gás no Nordeste podemos viabilizar outros projetos. Há estudos para São Luís, Pernambuco e Bahia", declarou Sauer, que revelou ainda a possibilidade da companhia optar no futuro pela construção de terminais fixos de GNL no país. "O navio é bom para atender o mercado flexível de térmicas. Quando a demanda veicular e a industrial crescerem precisaremos de unidades fixas que são mais baratas e têm custos menores", afirmou o executivo. Ele garantiu que a opção pelo GNL não vai encarecer o preço da energia para o consumidor final. "É melhor pagar dez dólares por milhão de BTU (unidade térmica britânica) de GNL por dois meses do que ter que pagar seis dólares durante o ano inteiro, conforme prevê o contrato de 'take or pay"', afirmou Sauer, ao se referir ao contrato de importação de gás da Bolívia, que prevê o pagamento do gás mesmo que ele não seja importado ou consumido pelo Brasil. O contrato firmado com os bolivianos é válido até 2019 e estabelece um importação diária de no máximo 30 milhões de metros cúbicos de gás

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