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Ser Educacional estreia no Sudeste com aquisição de R$ 200 mi

Com 130 mil alunos, o maior grupo de educação do Nordeste anunciou a compra da Universidade Guarulhos; fundada em Pernambuco, por ex-engraxate, empresa fez 5 aquisições desde IPO

Por Nayara Fraga
Atualização:
Universidade Guarulhos: aquisição por R$ 200 milhões Foto: Divulgação

SÃO PAULO - Maior companhia de educação do Nordeste e uma das dez maiores do País em número de alunos, o Grupo Ser Educacional anunciou nesta segunda-feira a compra da Universidade Guarulhos (UnG), localizada em São Paulo, por cerca de R$ 200 milhões. Essa é a primeira investida da instituição de ensino fora das regiões Norte e Nordeste, onde ela já tem cerca de 30 unidades e 130 mil estudantes matriculados.

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A ida do Ser Educacional a outras regiões do País era esperada pelo mercado desde que o grupo fez sua oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) na Bolsa, em outubro de 2013, captando R$ 619 milhões. Na época, analistas já previam que, para construir uma empresa de relevância nacional e crescimento acelerado, ela teria de abandonar seu foco regional. 

Em comunicado, o fundador e presidente do conselho de administração do Ser Educacional, Janguiê Diniz, disse que a aquisição é “um importante passo na estratégia de expansão da companhia” e uma oportunidade de ingressar “no Estado de São Paulo, o maior mercado de educação superior do País”.

Entre as razões que levaram o grupo a comprar a Universidade Guarulhos está o potencial econômico da região (Guarulhos está entre os dez municípios de maior Produto Interno Bruto do Brasil) e a tradição da universidade, fundada em 1970. A instituição paulista tem 18 mil alunos em cinco unidades - três em Guarulhos, uma na capital e outra em Itaquaquecetuba. 

O nome da instituição, segundo Jânyo Diniz, presidente do Ser Educacional, deve permanecer. “A marca da UnG já é forte, mas poderá ser ainda mais fortalecida com uma estratégia de comunicação mais arrojada”, diz. No Nordeste, o grupo - mais conhecido pelas Faculdades Maurício de Nassau e Joaquim Nabuco - investe em ações agressivas de marketing.

Os desafios, de qualquer forma, serão grandes para o grupo, segundo Carlos Monteiro, presidente da CM Consultoria, especializada em educação. O primeiro, na visão dele, é a adaptação de um grupo de fortes raízes nordestinas a São Paulo. O segundo é a adoção de um modelo de gestão profissional na UnG, que tem uma administração familiar. “Além disso, trata-se de um mercado muito competitivo, com mensalidades e formas de captação de alunos parecidas”, diz. Ele calcula que o entorno de Guarulhos (considerando zonas leste e norte de São Paulo, Mogi das Cruzes, Suzano e Itaquaquecetuba)tenha cerca de 40 instituições privadas de ensino superior. 

O educador Antonio Veronezi, fundador e até então dono da Universidade Guarulhos, diz que permanecerá como chanceler da instituição, conduzindo as relações institucionais da universidade e sua relação com o governo e com a comunidade acadêmica. Ele afirma ter aceitado vender a instituição por acreditar que um grupo financeiro de maior porte pudesse levá-la ao crescimento. “Do jeito que estávamos, não éramos nem grandes nem pequenos.” Segundo ele, a venda para o grupo nordestino levou apenas 15 dias, entre a abordagem e a conclusão do negócio. 

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Também fundador do General Shopping, umas das maiores empresas de shopping centers em operação no País (hoje tocada por seus filhos), Veronezi diz que sua paixão é a universidade - e dá a entender que não arredará o pé de lá tão cedo. “Eu ainda era solteiro quando criei a universidade. É como um filho para mim.” Questionado se continuará a ter uma sala, ele disse: “Sim, é dela que estou falando neste momento.”

Mercado. Hoje, o Ser Educacional tem valor de mercado de R$ 3,4 bilhões. Seus resultados financeiros estão acima das expectativas do mercado. Em 2013, Bruno Giardino, analista do Santander, previa que a empresa fosse fechar 2014 com um Ebitda (lucro operacional, descontando qualquer ganho financeiro) de R$ 215 milhões e margem de 31%. Hoje, sua previsão é encerrar o ano com Ebitda de R$ 240 milhões e margem de 35%. 

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