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Setor automotivo bate mais um recorde no 1o trimestre

Por VANESSA STELZER
Atualização:

Economia em expansão, facilidade de financiamento e maior poder de compra do consumidor brasileiro levaram a indústria automotiva a registrar novos recordes de produção e vendas em março e no primeiro trimestre do ano. Ao anunciar os dados, a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) manteve as perspectivas de continuidade do crescimento do setor, apesar da possibilidade de ações de parte do governo para restringir a demanda e conter a inflação. As vendas de veículos novos no Brasil cresceram 31,4 por cento nos três primeiros meses de 2008 sobre igual período de 2007, para 648 mil unidades, disse a entidade nesta sexta-feira. A produção no período teve avanço de 19,3 por cento, a 783 mil unidades. Foram os melhores números trimestrais da série histórica. Apenas em março, as vendas internas somaram 232,1 mil unidades e a produção atingiu 280,6 mil unidades, volumes recordes para o mês. "Estamos crescendo no ritmo do crescimento brasileiro, um pouco acima até, mas crescendo junto com outros setores da economia. Não é uma bolha de crescimento, é um crescimento sustentável", disse Jackson Schneider, presidente da Anfavea. "Estamos no sexto ano de crescimento... As condições da economia estão se traduzindo em poder de compra." Schneider manteve as previsões para o ano, mas disse que, após um primeiro trimestre bastante forte, elas podem ser revisadas para cima. A estimativa é de alta da produção em 2008 de 8,9 por cento, para 3,235 milhões de unidades, e de avanço de 17,5 por cento das vendas, a 2,895 milhões de unidades. Ambos os números seriam os maiores da história. Schneider afirmou que as notícias de que o governo poderia restringir o financiamento de veículos não preocupam porque, além de já terem sido negadas pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, o crédito está equilibrado. "Segundo o ministro, não existe nenhuma análise (para restringir os financiamentos). Não nos preocupamos nesse sentido, mesmo porque nossas condições de crédito (no país) são muito consistentes", disse ele, citando o baixo nível de inadimplência do setor, de 3,2 por cento. O prazo médio dos financiamentos de veículos é de 42 meses, informou o presidente. ANFAVEA DESCARTA INFLAÇÃO DE DEMANDA Schneider também descartou outra preocupação mostrada por Mantega: a de inflação. "Nossos preços estão inclusive abaixo do IPCA, então não tem risco de inflação de demanda no setor", afirmou ele. Para fazer frente ao aumento do uso da capacidade instalada, a indústria automobilística investiu 2,1 bilhões de dólares em 2007 e a previsão é de quase 5 bilhões de dólares para este ano, um volume inédito, segundo dados recentes da Anfavea. A entidade estima que, com esses investimentos, a capacidade instalada passe de 3,5 milhões de unidades em 2007 para 4 milhões em 2009. A Anfavea informou, ainda, que as exportações de veículos e máquinas agrícolas subiram 6,6 por cento em março ante fevereiro, para 1,15 bilhão de dólares. A alta frente ao ano passado foi de 3,0 por cento, acumulando no primeiro trimestre avanço de 13,1 por cento, para 3,24 bilhões de dólares. Em unidades, as vendas externas aumentaram 6,7 por cento em relação a fevereiro, para 62,5 mil unidades, mas caíram 8,8 por cento frente a março de 2007. (Edição de Isabel Versiani)

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