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Setor de centros logísticos deve manter crescimento

Somente no primeiro semestre deste ano, a expectativa é que sejam construídos 1,3 milhão de metros quadrados

Por Renée Pereira
Atualização:

A oferta de condomínios industriais e galpões logísticos quase dobrou nos últimos três anos e, apesar da crise que assola o Brasil, a expectativa é de trajetória ascendente. Independentemente das estatísticas, que variam conforme a classificação dos galpões, o setor tem crescido a uma taxa média de 20% ao ano.

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O mercado começou a se desenvolver no final da década de 1990 e surfou na onda de crescimento do País nos anos 2000, com a melhora da renda e expansão do crédito. O aumento do consumo, fator que turbinou o Produto Interno Bruto (PIB) em anos recentes, tem participação preponderante no desenvolvimento desse setor. Para atender a demanda do mercado, as empresas procuram centros logísticos próximos dos consumidores para armazenar e distribuir seus produtos com mais rapidez e custo menor.

“Com a expansão da economia, uma grande fatia da população passou a ter acesso a uma gama maior de produtos, de escova de dentes a automóveis. E isso impulsionou o setor”, afirma o diretor da Jones Lang LaSalle (JLL), Pedro Candreva. Não por acaso o Estado que mais se desenvolveu no País foi São Paulo, que abriga quase dois terços de todos os galpões do Brasil. “É aqui que a demanda está concentrada”, completa a vice-presidente da consultoria imobiliária Colliers Internacional, Paula Casarini.

Pelos dados da empresa, a expectativa é que, só no primeiro semestre deste ano, seja acrescentado 1,3 milhão de m² aos 5,9 milhões de m² já instalados no Estado. Esse montante representa 73% de tudo que será entregue ao País até junho. O crescimento de construções no Estado ocorreu no entorno de importantes rodovias, como a Anhanguera e a Bandeirantes, e na região de Guarulhos, estratégica por estar entre as rodovias Dutra e a Ayrton Senna.

O novo eixo que começa a ser explorado pelos investidores está na Rodovia Castelo Branco até a cidade de Sorocaba, afirma Candreva. Além disso, Guarulhos voltou a ser um novo ponto procurado pelas empresas. “As companhias procuram locais próximos de boas rodovias e sem risco de enchentes.”

A Bresco, empresa de investimentos imobiliário com foco corporativo, escolheu, a região de Campinas para ampliar os negócios. Maurício Geoffroy, diretor comercial da companhia, conta que a empresa está construindo, ao lado do Aeroporto de Viracopos, um condomínio logístico num terreno de um milhão de m² e 400 mil m² de área construída.

A empresa já entregou um galpão de 76 mil m² para o centro de distribuição da John Deere, fabricante de máquinas e implementos agrícolas. Também já está em operação o Centro de Treinamento da Azul Linhas Aéreas, de 7 mil m², que foi construído sob medida para a empresa e entregue no fim de 2014. 

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No local, também será construído um hotel e uma área de apoio ao varejo. “Em relação ao hotel, o contrato já foi assinado e estamos finalizando o projeto”, afirma Geoffroy, destacando que a empresa tem outro grande projeto na Região: o Bresco Itupeva, de 75 mil m², sendo 40 mil m² de obras. A ideia é construir e alugar o espaço para quatro clientes.

Vacância. Apesar do aumento da oferta, a taxa de disponibilidade no País fechou 2014 ligeiramente abaixo de 2013. Até dezembro do ano passado estava em 18,2% ante 18,6% do período anterior. Em comparação com o terceiro trimestre de 2014, no entanto, houve alta de quase um ponto porcentual, de 17,1% para 18,2%, já reflexo da crise econômica que se agravou nos últimos meses do ano passado e piorou neste ano.

Com base nas entregas previstas para o primeiro semestre, a expectativa é que o índice de vacância suba para 23,4% este ano, segundo a Colliers Internacional. Apesar disso, a previsão é que o crescimento do setor em 2015 continue na casa dos 20%. De acordo com Candreva, da JLL, há muitos operadores em centros logísticos antigos que querem um novo espaço para se instalar. 

O setor de supermercados, por exemplo, está mudando estratégia e ocupando um único centro logístico para otimizar equipe e custos. Para completar, restrições de acesso a grandes centros urbanos fizeram muitas empresas buscarem alternativas fora das cidades.

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Nordeste. Apesar de o mercado de condomínios industriais estar mais concentrado no Sudeste, o resto do País também tem apresentado taxas vigorosas de crescimento, diz Paula Casarini. Segundo ela, o Nordeste está num ritmo bem interessante, com ocupações de áreas maiores. De 2013 para cá, cresceu 54%. Dados da Colliers mostram que a região tem 902 mil m² de área construída e 1,3 milhão m² em projetos. A boa notícia é que a taxa de vacância ainda é baixa comparada ao Sudeste. Está em 11,8%. 

Recife tem sido um dos locais mais procurados, com potencial para se transformar num centro de distribuição para todo o Nordeste. Outro ponto de concentração tem se formado no entorno do Porto de Aratu, na Bahia. 

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