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Setor têxtil se prepara para enfrentar concorrência externa

Por Agencia Estado
Atualização:

São Paulo, 30 - O setor têxtil brasileiro está se reorganizando para enfrentar a concorrência após o fim do regime mundial de cotas de importação, em janeiro de 2005. A Coteminas adquiriu há cerca de um mês a Tecidos Santanense, ampliando sua diversidade de artigos têxteis e capacidade produtiva. Segundo fontes, a companhia também analisa assumir o controle da Tecelagem São José e da Fiação e Tecidos Cedro Cachoeira, empresas nas quais já possui participação acionária. A direção da Coteminas não comenta o assunto. Outra grande companhia do setor, a Santista Têxtil, negocia uma parceria com a norte-americana Parkdale Mills para produção de tecidos no Brasil e exportação para os Estados Unidos. (Téo Takar, segue) A analista Fabiana Fantoni, da consultoria Tendências, avalia que o fim das cotas de importação poderá provocar uma invasão mundial de artigos chineses e indianos, que possuem preços competitivos e produção em larga escala. Ela lembrou que a fama de má qualidade dos produtos desses países começa a mudar, pois as indústrias locais estão aprimorando a tecnologia de produção. "Além de terem preço baixo, eles estão investindo na melhora da qualidade, o que reforça a concorrência." Fabiana avalia que as empresas brasileiras podem sofrer competição tanto no mercado interno, devido à entrada dos produtos chineses e indianos, quanto nas exportações, em função dos preços e do volume de vendas dos concorrentes. (Téo Takar, segue) A analista Renata Ribeiro, da consultoria Lafis, acredita que o fim do regime de cotas deve estimular as grandes redes de varejo a comprarem lotes de roupas e outros artigos têxteis em grande quantidade e, de preferência, de um mesmo fornecedor. "No regime de cotas, redes como Wal-Mart e Target não podiam fazer isso. Elas tinham que comprar um pouco de cada país. Com a nova estratégia, elas poderão negociar preços menores e obter ganhos de escala e de logística." (Téo Takar, segue) A analista Renata Ribeiro, da Lafis, avalia que as indústrias brasileiras precisam estar preparadas para oferecer uma ampla variedade de produtos e produzir em grande quantidade. "Vista dessa forma, a estratégia da Coteminas faz todo o sentido", afirmou a analista da Lafis. "A Coteminas está ampliando seu leque para conquistar novos mercados", acrescentou Fabiana Fantoni, da Tendências. A companhia fabrica principalmente artigos de cama, mesa e banho, enquanto a Santanense produz brins e tecidos para roupas profissionais. A Coteminas poderá ampliar sua oferta caso adquira a Tecelagem São José (tecidos de algodão e sedas) e a Cedro Cachoeira (artigos para o lar e confecção). Ambas as empresas enfrentam dificuldades financeiras, assim como a Santanense, necessitando de aporte de recursos para alavancar a produção e enfrentar a concorrência. (Téo Takar, fim)

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