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Siderúrgicas reduzem previsão de produção em 2012

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Por Redação
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A indústria siderúrgica do Brasil reviu para baixo suas metas para 2012 nesta terça-feira, depois de um início de ano marcado por uma lentidão da atividade econômica que fez o setor estimar que fechará a primeira metade do ano com queda na produção. O Instituto Aço Brasil (IABr) espera agora encerrar 2012 com produção de 36 milhões de toneladas de aço bruto, 1,5 milhão de toneladas a menos que a estimativa anterior de 37,5 milhões divulgada no final do ano passado. O volume representa um crescimento ligeiro de 2,2 por cento sobre as 35,2 milhões de toneladas registradas em 2011. Já as vendas no mercado interno este ano também foram revistas de 23,3 milhões para 22,95 milhões de toneladas, uma expansão de 7,1 por cento sobre o comercializado em 2011. O setor deve encerrar o primeiro semestre com queda de 3,4 por cento na produção de aço bruto em relação ao mesmo período de 2011, para 17,23 milhões de toneladas, enquanto as vendas no mercado interno devem mostrar leve avanço de 1,8 por cento, a 11,09 milhões de toneladas. Segundo o vice-presidente do conselho do IABr, Albano Chagas Vieira, presidente da Votorantim Siderurgia, a expectativa é que a economia comece a acelerar no segundo semestre, em meio aos impactos de uma relação de câmbio desfavorável a importações diretas e indiretas de aço e das medidas de incentivo ao consumo e de redução de juros tomadas pelo governo. "Temos esperança de que a indústria automotiva retome o crescimento, junto com setor de linha branca", disse Chagas a jornalistas durante evento do setor. Ele assumirá na quarta-feira a presidência do conselho do IABr e afirmou que vai cobrar medidas de desoneração de impostos sobre o setor bem como de incentivo ao consumo de aço pela construção civil do país. "Não vamos vender mais aço vendendo carro e eletrodomésticos apenas. É construção civil. É isso que faz a diferença. Vamos nos basear nisso", disse Vieira. "Hoje somos um dos países mais caros do mundo em energia elétrica (...) só vamos equilibrar as empresas (siderúrgicas) com crescimento do mercado interno. A ociosidade desequilibra e precisamos brigar por volume." O setor de aço brasileiro atravessa um dos piores momentos de sua história, com achatamento de margens de lucro em meio à elevada ociosidade, custos elevados de matéria-prima e excesso de oferta internacional após a crise de 2008. O setor, principalmente o segmento de aços planos, tem dificuldade em reajustar preços em meio ao fraco crescimento do PIB e concorrência de importações. Segundo o IABr, a capacidade instalada de produção de aço bruto do país este ano é de 48,4 milhões de toneladas ante 44,6 milhões em 2010, mas demanda interna está estável, em cerca de 29,3 milhões de toneladas. O IABr atribuiu à queda da produção de aço prevista para o primeiro semestre deste ano à paralisação programada do alto forno 1 da usina da ArcelorMittal Tubarão (ES), que deve ser reativado entre julho e agosto. A unidade, que funcionava há cerca de duas décadas, parou para manutenção em abril e responde por uma produção de cerca de 200 mil toneladas de aço por mês, segundo o instituto. Em 2011, a usina da ArcelorMittal no Espírito Santo produziu 5,4 milhões de toneladas de aço bruto. O instituto estimou que o total de importações de aço pelo Brasil vai fechar o primeiro semestre deste ano com crescimento de 10 por cento sobre o mesmo período de 2011, para 1,9 milhão de toneladas. Enquanto isso, a expectativa para as exportações é de queda de 6,5 por cento no volume, para 5,27 milhões de toneladas. Para o ano como um todo, o IABr prevê importações recuando 3,8 por cento, desestimuladas pelo câmbio e pela perspectiva de fim da chamada "guerra dos portos" no início de 2013, para 3,64 milhões de toneladas. Já as exportações devem encerrar o ano praticamente estáveis, a 10,92 milhões de toneladas. (Por Alberto Alerigi Jr.)

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