Seis anos após comprar o grupo de transporte rodoviário Itapemirim por R$ 1, que viria a ter também a companhia aérea ITA entre os negócios, o empresário Sidnei Piva foi afastado do comando da empresa pela Justiça. A decisão da juíza Luciana Menezes Scorza, publicada no dia 18 de fevereiro, ainda determinou que o empresário entregasse o seu passaporte às autoridades nas próximas 24 horas e utilizasse tornozeleira eletrônica.
De acordo com a juíza, a decisão ocorreu após analisar a representação criminal apresentada por Camilo Cola Filho, filho do ex-controlador da Itapemirim que alegou condutas ilícitas de Piva e também de Camila de Souza Valdívia, quando assumiram o controle do grupo no fim de 2016, época em que a companhia entrou em recuperação judicial, e que houve desvios milionários na empresa desde então.
O Ministério Público já havia instaurado um Procedimento Investigatório Criminal e solicitado a prisão de Piva. "A despeito da gravidade concreta dos fatos narrados acima, demonstrados pela robusta prova documental acostados aos autos, ressalto ser o encarceramento provisório medida excepcional quando decretada sem acusação formulada, havendo diversas providências a serem tomadas ainda pendentes, como se vê da manifestação do Ministério Público", determinou a juíza.
Em dezembro, o Grupo Itapemirim suspendeu as operações da companhia aérea ITA para uma reestruturação de uma hora para a outra, surpreendendo inclusive a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). A companhia não voltou e nem deve voltar as operações, pois em janeiro os aviões da companhia começaram a ser devolvidos.
Piva trava uma briga na Justiça com a família que controlava o grupo Itapemirim antes dele. Segundo Andreia Cola, neta do fundador da companhia, Camilo Cola, o acordo firmado com Piva quando ele assumiu a companhia, em 2016, previa que o patrimônio da família não entraria no negócio. Piva, porém, conseguiu na Justiça ficar com os bens dos Cola.
Procurada, a assessoria de imprensa de Piva e da Itapemirim não foram encontradas.