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Smart Fit quer acelerar abertura de academias e retomar ritmo de inaugurações

Capitalizada por recente IPO, líder do setor na América Latina já faz planos de inaugurar 200 unidades na região até o fim do ano; muito afetada pela pandemia, número de novas unidades da rede caiu bruscamente em 2020

Por Andre Jankavski
Atualização:

Após levantar R$ 2,3 bilhões em seu IPO realizado no mês passado, a Smart Fit quer voltar aos tempos de expansão acelerada. Muito afetada pela pandemia, que fechou as portas de boa parte de suas academias durante meses, a empresa viu sua receita e sua geração de caixa minguarem, assim como a abertura de novas unidades. Se antes a empresa chegou a alcançar a abertura de quase 200 unidades por mês, no ano passado foram apenas 77.

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“O ritmo de expansão do passado pode se repetir. Já entregamos entre 170 e 200 unidades por ano, temos a expertise para isso e o caixa também permite isso”, afirma Edgard Corona, presidente e fundador da Smart Fit. Cerca de 80% do valor levantada pela companhia será destinado para a expansão.

A empresa também quer ampliar a participação dos países da América Latina em seus resultados. Atualmente um pouco mais de 40% de suas vendas estão fora do Brasil. Para Corona, em breve a América Latina vai representar metade do faturamento. Isso acontecerá de maneira gradual, pois cerca de 50% das aberturas também estão acontecendo em mercados internacionais. 

Apesar da expansão externa, 40% da receita da Smart Fit ainda se concentra no País. Foto: Daniel Teixeira/Estadão - 23/7/2021

Em alguns deles, inclusive, a expansão será por meio de franquias. A ideia da empresa é atuar nesse formato em mercados em que o negócio não é tão escalável como em países mais populosos, como Brasil, México, Colômbia e Argentina. Segundo Corona, nações como República Dominicana, Guatemala, Equador e até alguns estados mais distantes, como Acre, precisam de alguém que tenha conhecimento da região.

“Esse modelo faz mais sentido. É preciso de alguém que tenha conhecimento do local e com pensamento de dono”, afirma Corona. 

A empresa também está de olho em oportunidades de aquisição. A Smart Fit segue de olho nas oportunidades de mercado. Neste ano, a empresa incorporou a concorrente Just Fit, que era uma rede com 27 unidades em São Paulo, sem nenhum custo de caixa. A ideia é pagar para os antigos acionistas quando as unidades voltarem a operar no azul e o valor será em cima da geração de caixa. Além disso, a empresa havia anunciado a intenção de realizar uma fusão da operação mexicana com a rede local de academias Sports World, mas com a abertura de capital, as conversas ficaram em compasso de espera.

Retomada

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Desde julho, 100% das unidades da Smart Fit estão em funcionamento. Porém, esse retorno ainda não fez os números da empresa se recuperarem. Apesar da receita líquida do segundo trimestre ter subido 410% na comparação anual, a R$ 343 milhões, o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ainda está negativo em R$ 13,7 milhões. Isso significa que a empresa segue sem gerar caixa após um ano complicadíssimo.

Mas Corona está otimista com o retorno dos alunos que cancelaram o plano de academia durante a pandemia. Em uma pesquisa realizada nos meses de abril e maio com quase 10 mil ex-alunos, a Smart Fit perguntou se existia a intenção deles retornarem a fazer atividades físicas em academias após a vacinação. No levantamento, 82% dos entrevistados afirmaram que gostariam de voltar a fazer exercícios em academias.

Os investidores estão de olho na retomada do crescimento para também ver as ações voltarem a subir. No mês passado, o dia de estreia na Bolsa da empresa foi marcante. Após arrecadar R$ 2,3 bilhões no IPO, a ação da Smart Fit subiu 34,8% no primeiro dia de negociações por conta da alta demanda pelo ativo. De lá para cá, o preço dos papéis deu uma assentada e tiveram uma redução de cerca de 9%. 

Mesmo assim, parte do mercado está otimista. “Com o dinheiro do IPO, eles vão conseguir acelerar bastante a expansão e a reabertura pós-covid deve impulsionar os resultados da empresa”, afirma Rafael Horwacz, analista da Garde Asset Management. “Não achamos os múltiplos de curto prazo atrativos, mas vemos forte descompressão ao longo dos anos e em nossos cenários de estresse vemos valor na empresa.”

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