PUBLICIDADE

Publicidade

Soja/Cenário: CBOT voltou a ensaiar baixa mas encerrou positiva

Por Agencia Estado
Atualização:

São Paulo, 26 - Os futuros do complexo soja fecharam em alta ontem na Bolsa de Chicago (CBOT), mas bem abaixo das máximas do dia com um recuo técnico acionado nos outros mercados de grãos. "O dia foi único. Enfim a soja uma vez seguiu o milho e o trigo", disse Joe Bedore, broker da FCStone na CBOT. Coberturas de posições no final da sessão, segundo ele, puxaram os futuros do complexo novamente ao território positivo. Os contratos do grão oscilaram acima de 20 cents no dia, entre mínimas e máximas. Milho e trigo afinal fecharam em baixa. O grão para novembro marcou ontem nova máxima mensal em US$ 6,26/bushel, com terceira sessão consecutiva de compras especulativas. O interesse dos fundos finalmente se exauriu depois que o contrato bateu o nível técnico de resistência entre US$ 6,25/b e US$ 6,30/b, deixando o mercado vulnerável a uma liqüidação de caráter também técnico que enfim se materializou quando os especuladores resolveram seguir o recuo no mercado vizinho do milho. Outros traders atribuíram o momento de baixa no complexo à liqüidação dos contratos de setembro, particularmente no farelo (que fechou em baixa), com a aproximação do primeiro dia de notificação para entrega desses contratos (próxima terça-feira). No cenário fundamental, os participantes mencionaram notícias sobre danos causados às lavouras do norte dos EUA pelas geadas, incluindo especialistas de Minnesota e boletins da Pro Farmer. No físico dos EUA o prêmio para o grão no Golfo de Louisiana saltou 15 cents a +65 contra novembro, para embarque ainda em agosto. Tim Hannagan, analista da Alaron Trading em Chicago, disse que a valorização do prêmio foi uma proteção antecipada do exportador ante a entrada próxima da safra do Delta do Mississippi. Outros atribuíram a alta ao temor sobre os danos com a geada no norte. O Departamento de Comércio dos EUA agendou seu relatório sobre o esmagamento no país em julho para hoje. A expectativa é de atividade mais intensa em relação a junho. Também hoje o Departamento de Agricultura (USDA) divulga as vendas semanais dos EUA para exportação, com expectativa de até 25 mil toneladas do grão da safra velha, e de 300 mil a 400 mil toneladas da safra nova. O óleo outra vez liderou a alta na CBOT ontem, com compras dos fundos e preocupações sobre o eventual baixo teor de óleo este ano nos EUA, por causa do frio atípico. O farelo também fechou em alta, com exceção do setembro (entregas). A expectativa dos traders para as vendas dos EUA para exportação era de volume entre 75 mil e 125 mil toneladas de farelo, e de 1 mil a 10 mil toneladas de óleo. Confira o fechamento da CBOT: -------------------------------------------------------- GRÃO (US$/bushel) FARELO (US$/t) ÓLEO (cents/libra) -------------------------------------------------------- Variação cents US$ pontos -------------------------------------------------------- Set. 6,2325 +3,25 Set. 194,00 -5,30 Set. 25,19 +27 Nov. 6,1250 +6,25 Out. 183,00 +0,60 Out. 24,43 +24 Jan. 6,1800 +5,75 Dez. 183,20 +2,00 Dez. 23,76 +24 Mar. 6,2400 +6,00 Jan. 184,60 +2,10 Jan. 23,54 +18 Mai. 6,2600 +6,75 Mar. 187,90 +2,30 Mar. 23,42 +19 Jul. 6,2650 +4,00 Mai. 188,70 +1,50 Mai. 23,15 +13 -------------------------------------------------------- (João Baumer, segue) O mercado interno de soja permanece com preços muito firmes e poucos negócios. A estratégia do vendedor de reter mercadoria à espera de preços mais altos parece estar sendo bem sucedida, pelo menos por enquanto. "Produtor só vende na baixa", resumiu um corretor, com alguma lástima. Ontem o dólar caiu 0,14% a R$ 2,9520. No interior do Rio Grande do Sul e no interior do Paraná havia indicação de compra entre R$ 41,00 e R$ 41,50/saca FOB, com boa chance de R$ 42,00 para volume bem localizado. Em Mato Grosso as indicações de compra voltaram ao patamar mais firme de terça-feira, a R$ 33,50/saca no disponível de Lucas do Rio Verde e R$ 36,50 em Rondonópolis, também com forte retração vendedora. O mercado transferido de Paranaguá negociou pequenos volumes ontem a R$ 45,00/saca. A paridade de exportação no porto ficou em US$ 14,87/saca, considerando prêmio de +65 no setembro. O mercado de prêmios para exportação teria negociado ontem 2 mil toneladas de farelo a -35 no setembro, 1 mil toneladas a -17 no outubro, e 5 mil toneladas a -25 no abril/maio. Na Argentina teria havido negócio com algum volume de óleo a -150 no setembro. Confira a evolução dos preços nas principais praças brasileiras, conforme apuração do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada da USP (Cepea): =========================================== PRAÇA Preço (R$/saca) Variação =========================================== 24/ago 25/ago (%) ------------------------------------------- Oeste PR 40,45 41,13 1,68 Norte PR 40,10 40,58 1,20 Ijuí 39,87 40,75 2,21 Sorriso 33,00 33,05 0,15 Mogiana 36,50 36,00 -1,37 Passo Fundo 40,63 40,64 0,02 Ponta Grossa 39,75 39,86 0,28 Rondonópolis 35,77 35,64 -0,36 Rio Verde 35,10 35,50 1,14 Triângulo MG 35,50 35,50 0,00 Barreiras 31,88 32,33 1,41 =========================================== (João Baumer, fim)

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.