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Solvência do sistema bancário do País segue robusta, diz BC

De acordo com o Banco Central, mesmo em situação extrema, nehum banco do país ficaria insolvente; o índice de Basileia do sistema brasileiro estava em 16,3% no fim de 2011

Foto do author Sandra Manfrini
Por Fernando Nakagawa , Sandra Manfrini e da Agência Estado
Atualização:

Brasília, 21 - O Banco Central (BC) divulgou há pouco o Relatório de Estabilidade Financeira referente ao segundo semestre de 2011. De acordo com o documento, a solvência do sistema bancário brasileiro segue robusta. Em dezembro, conforme o documento do Banco Central, o índice de Basileia do sistema estava em 16,3%.

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No capítulo referente ao Sistema Bancário, o BC destaca que a expansão dos ativos do sistema bancário, sobretudo no crédito, resultou no aumento da exposição aos riscos inerentes à sua atividade. Esse crescimento, segundo o BC, foi acompanhado pela base de capital, principalmente em decorrência da incorporação de lucros e da captação de recursos por meio de dívidas subordinadas.

"Sendo assim, a capacidade de solvência do sistema bancário permanece robusta, fato evidenciado pelos agregados do sistema e pelos resultados dos testes de estresse, haja vista que em todos os cenários analisados, inclusive naqueles de extrema deterioração da situação macroeconômica, o capital regulamentar do sistema bancário permanece acima do exigido pelo CMN", diz o documento.

O índice de liquidez do sistema bancário também permaneceu elevado, apesar da elevação na volatilidade das taxas de câmbio e de juros, "demonstrando plena capacidade para fazer frente a eventuais restrições de recursos, mesmo em situações de estresse".

Compulsório

O estoque de recolhimento de compulsório atingiu R$ 448,5 bilhões em dezembro do ano passado. De acordo com o documento, este montante pode ser utilizado "como instrumento de resposta rápida a eventual escassez de liquidez no sistema bancário, caso seja necessário".

Em outro trecho do documento, ao abordar o crédito no País, o BC informou que "o estoque de operações de crédito do sistema financeiro atingiu R$ 2 trilhões em dezembro de 2011, o que representa uma expansão de 10,6% em relação ao semestre anterior e de 19% em doze meses, correspondendo a 49% do Produto Interno Bruto (PIB)".

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De acordo com o Banco Central, o crescimento anual do estoque de crédito foi inferior à registrada em 2010, quando houve expansão de 20,6%, "comportamento consistente com as ações de política monetária e com as medidas macroprudenciais adotadas pelo BCB (Banco Central) no final de 2010 e parcialmente alteradas em novembro de 2011"

Testes de estresse

O novo teste de estresse a que o sistema financeiro brasileiro foi submetido mostra que os bancos seguem com saúde econômica "robusta". A avaliação foi feita há pouco pelo diretor de fiscalização do Banco Central, Anthero Meirelles. "Testes mostram que, mesmo em situações extremas, o sistema brasileiro mostra boa resiliência", disse.

Meirelles informou que o teste mostra que nenhum banco brasileiro ficaria insolvente em uma situação extrema. O único problema seria o desenquadramento do sistema financeiro à atual regra de Basileia, que prevê índice de 11%. "Na situação de estresse, essa média cairia para 10,5%. Não teríamos bancos insolventes, só abaixo de 11%".

Meirelles não afirmou quantos bancos estariam desenquadrados. Disse, apenas, que essas instituições financeiras responderiam por cerca de 22% dos ativos de todo o sistema.

No teste de estresse, foram aplicadas as piores condições da economia brasileira desde 1999: queda do PIB de 5%, dólar em R$ 3,59 e taxa básica de juro em 28% ao ano. "É um cenário muito pouco provável, quase nada provável", disse o diretor.

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