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Stefanini compra Ecglobal para acelerar crescimento em marketing digital

Empresa conhecida pelas soluções de TI e serviços financeiros prevê alcançar faturamento de R$ 200 milhões em 2022, o dobro do visto no ano passado

Por Andre Jankavski
Atualização:

Em mais um passo para fortalecer o seu braço de marketing digital, a empresa de tecnologia Stefanini anunciou a aquisição da Ecglobal, especializada na criação de plataformas que promovem a interação entre empresas e seus clientes. O negócio não teve o valor divulgado, mas será uma das peças para que a Haus, que compreende todas as companhias do segmento dentro da Stefanini, chegue a um faturamento de cerca de R$ 200 milhões em 2022, uma alta de 100% em relação ao ano passado.

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Desde 2020, a Stefanini vem acelerando a sua operação no segmento de marketing digital para complementar os serviços oferecidos aos seus clientes. Antes disso, o foco da empresa estava nos setores de tecnologia da informação e de serviços financeiros. E apesar de ser um negócio pequeno perto do faturamento global da Stefanini (que deve alcançar R$ 6 bilhões neste ano), Marco Stefanini, fundador e presidente da empresa, enxerga que é uma das áreas que tem mais chance de crescer.

“O marketing digital ainda é menor do que a área de banking, mas já tem uma grande massa crítica. Estamos falando de mais de 600 pessoas na empresa, o que já a coloca em uma das grandes do setor”, diz Stefanini. Dos 600 funcionários, 80 vieram da Ecglobal. 

Marco Stefanini, presidente da Stefanini, acredita que a área de marketing digital tem grande potencial de crescimento nos negócios da companhia Foto: TIM BASHAM

Hoje, a Haus possui sete empresas debaixo do seu guarda-chuva que oferecem serviços tradicionais, como a agência de propaganda W3Haus, até tecnologias como CRM com a Inspiring, produção de conteúdo digital por meio da Brooke e um estúdio focado na transformação digital e de propaganda das empresas, que é feita pela Huia.

Com a Ecglobal, a Stefanini quer criar uma conexão das empresas diretamente com os consumidores. O modelo de negócio consiste na criação de comunidades em uma plataforma própria, similar ao que é visto no Facebook, para que se discutam lançamentos de produtos e necessidades dos clientes em tempo real. A empresa tem como clientes Itaú, Nestlé, Natura, BRF, HBO e Via, dona das marcas Casas Bahia.

Mas um projeto que a confundadora e uma das presidentes da Ecglobal, Adriana Rocha, gosta de citar é o feito com a Globo. Foi criado um grupo com pessoas que se definiam como “noveleiras” e que faziam comentários em tempo real sobre as suas impressões das novelas da emissora, assim como a empatia com os personagens. Tal prática se tornou fundamental para a Globo realizar mudanças nos seus folhetins de olho em taxas maiores de audiência. 

“Além de fazer com que as pessoas se sintam parte de um processo com a marca, também criamos programas de fidelidade que dão pontos que as pessoas podem trocar por produtos em lojas parceiras, como Americanas e Submarino”, diz Adriana. 

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Crescimento

As aquisições da Stefanini devem seguir em alta nos próximos meses, especialmente se os preços das companhias de tecnologia começarem a baixar. O plano de Guilherme Stefanini, filho de Marco e o diretor responsável pela expansão da Haus, é que o crescimento não aconteça somente no Brasil. Atualmente, 20% do faturamento da área vem do exterior.

No longo prazo, o diretor acredita que é possível que o marketing digital alcance até um terço de todo o negócio do grupo. Mas a ideia é que surjam negócios complementares, inclusive por meio de aquisições. “É duro manter o ritmo de crescer na taxa que estamos crescendo, mas não vamos tirar o pé do acelerador”, diz.

Para Paulo Cunha, coordenador do curso de comunicação e publicidade da ESPM, como o mercado está em transição, será cada vez mais comum que as agências comecem a ter soluções integradas de tecnologia com marketing. “Até mesmo na ESPM estamos discutindo a criação de uma disciplina de dados, algo que não pensávamos há poucos anos”, diz Cunha.

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