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Suínos: "Falta seriedade aos produtores argentinos", diz Camargo

Por Agencia Estado
Atualização:

São Paulo, 22 - O presidente da Associação da Indústria dos Produtores e Exportadores de Carne Suína (Abipecs), Pedro de Camargo Neto, reagiu com indignação ao saber do pedido dos produtores argentinos ao governo para que medidas de proteção sejam tomadas contra a suinocultura brasileira. "É inacreditável que eles tomem essa atitude em um momento em que a produção de carne suína da Argentina cresceu 17% no ano e as exportações brasileiras para a Argentina estão caindo", disse. O Brasil exportou 25,5 mil toneladas de carne suína para a Argentina entre janeiro e novembro de 2004, um volume 25,6% inferior ao registrado em igual período de 2003, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio. "Falta prudência e seriedade na suinocultura Argentina", disse Camargo. Segundo ele, tanto o Brasil como a Argentina estão registrando recuperação nos preços internacionais, atingindo seus melhores preços em vários anos, e sem perder a competitividade no mercado externo. "Não existem motivos para se falar nestas salvaguardas propostas pelos argentinos", explica. A Associação Argentina de Produtores de Suínos (AAPP) pediu ao governo do presidente Néstor Kirchner que tome medidas de proteção para o setor, de forma a impedir uma suposta "invasão" de produtos de origem suína originários do Brasil. Os produtores argentinos sustentam que é "impossível" fechar um acordo com os empresários brasileiros do setor. Eles consideram que é imprescindível que o governo Kirchner aplique salvaguardas para defender os produtores nacionais. "Seria uma decisão sensata", afirmam os representantes da AAPP, que definem as salvaguardas como uma "defesa justa". Segundo a AAPP, a última reunião entre as partes, realizada na segunda-feira passada no Rio de Janeiro, "concluiu sem nenhum futuro de solução a curto prazo para os problemas históricos entre ambos os setores". Os produtores de suínos argentinos, junto com os empresários do setor de frangos, foram um dos primeiros setores da economia argentina a alardear que estava ocorrendo uma "invasão" brasileira. As reclamações se arrastam desde 1996 e em diversas ocasiões levaram os governos dos dois países a ferozes discussões comerciais. Os produtores argentinos de suínos alegam que estão abertos para o diálogo. No entanto, acusam os colegas brasileiros de "inflexíveis" e de não possuir "a menor intenção de dar previsibilidade ao comércio de ambos países".

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