LONDRES - O superávit em conta corrente da zona do euro cresceu para 12,7 bilhões de euros (US$ 15,63 bilhões) em junho, de 10,3 bilhões de euros em maio, contrariando a previsão dos analistas consultados pela Dow Jones de queda para 6,0 bilhões de euros, segundo dados do Banco Central Europeu (BCE). O resultado de maio foi levemente revisado dos 10,9 bilhões de euros calculados inicialmente. Os dados são ajustados por efeitos sazonais e levam em conta o número de dias úteis de cada mês. Um déficit nas transferências correntes foi mais do que contrabalançado por superávits no comércio de bens, serviços e na renda, informou o BCE. Segundo o banco central, a zona do euro teve superávit comercial de 12,8 bilhões de euros em junho, acima de 8,2 bilhões de euros em maio. O superávit no comércio de serviços caiu para 5,2 bilhões de euros em junho, de 6,2 bilhões de euros em maio. O superávit em renda diminuiu para 3,5 bilhões de euros, de 5,1 bilhões de euros. O déficit em transferências correntes recuou para 8,8 bilhões de euros, de 9,2 bilhões de euros. Na conta financeira não ajustada sazonalmente, o investimento direto e em carteira combinado mostrou fluxo de entrada líquida de 29,0 bilhões de euros em junho, em comparação com o fluxo de entrada líquida de 36,6 bilhões de euros em maio. Dentro da conta financeira, a zona do euro teve uma forte saída líquida de capital na forma de investimento direto em junho, uma mudança brusca em relação a maio, quando houve fluxo positivo. Já o investimento em carteira aumentou em termos líquidos à medida que investidores não residentes compraram 23,0 bilhões de euros em ações da zona do euro a mais do que venderam e investidores residentes venderam 12,0 bilhões de euros em ações estrangeiras a mais do que compraram. Com relação a instrumentos de dívida, a quantidade de bônus e instrumentos de mercado monetário detidos caiu para 30,8 bilhões de euros líquidos, de 36,7 bilhões de euros em maio. Os investidores estrangeiros compraram 31,0 bilhões de euros em bônus e notes a mais do que venderam, mas venderam 5,4 bilhões de euros em instrumentos de mercado monetário a mais do que compraram. Superávit comercial recorde Um aumento nas exportações em junho impulsionou o superávit comercial da zona do euro para 14,9 bilhões de euros (US$ 18,4 bilhões), segundo dados da agência de estatísticas do bloco, a Eurostat. Esse foi o nível mais alto desde pelo menos 1999, quando os números começaram a ser acompanhados. O superávit de junho foi maior do que o de 7,1 bilhões de euros registrado em maio, em dados revisados, e o de 200 milhões de euros de junho do ano passado, afirmou a Eurostat. As exportações cresceram 12% em junho, em comparação com o mesmo mês de 2011, superando de longe o aumento de 2% nas importações. A força das exportações, puxadas pelos bens manufaturados, pode ser um reflexo da fraqueza do euro diante do dólar e de outras moedas desde meados do ano passado em razão das preocupações com a sobrevivência da divisa europeia na forma atual diante da crise de dívida soberana da região. A baixa demanda dos consumidores e das empresas, que também é um aspecto da crise, pode ser evidenciada pelo fraco crescimento das importações. As informações são da Dow Jones.