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Tarifa de Angra 3 ficará entre R$120 e R$160 o megawatt-hora

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Por Redação
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A tarifa da usina nuclear de Angra 3 deverá ficar dentro da média do mercado em 2014, quando entrar em operação, entre 120 e 160 reais o megawatt-hora, próximo ao valor estipulado para os leilões que o governo realiza este mês para entrega de energia em 2011 e 2013, informou o presidente da Eletronuclear, Leonam dos Santos Guimarães. "Você tem diferentes alternativas quanto às condições de financiamento, regimes tributários diferenciados que podem ser adotados, os mesmos que são adotados para obras do PAC....tem uma série de fatores ligados a fatores fiscais e de financiamento que vão determinar a tarifa", explicou o executivo, justificando a tarifa mais baixa em comparação com o preço da energia vendida pelas outras duas usinas nucleares brasileiras. Ele vai solicitar ao Ibama e à Comissão Nacional de Energia Nuclear, esta semana, autorização para iniciar os trabalhos preparatórios que antecedem o início da construção da usina nuclear Angra 3, a fim de não comprometer o cronograma que estima para fevereiro de 2009 o início da obra de concretagem do reator da unidade. "Precisamos iniciar a concretagem em fevereiro, que seria o marco zero dos 66 meses previstos para a obra... Deve entrar (em operação) em agosto de 2014", afirmou o presidente da Eletronuclear, Leonam dos Santos Guimarães, a jornalistas durante do Energy Summit 2008. Ele informou que está em plena renegociação com as empresas que haviam sido contratadas no passado para construir a usina e que espera conseguir redução no custo de 7,2 bilhões de reais previsto para a obra em 2002, "quando quase retomamos a construção de Angra 3", afirmou. Segundo Guimarães os principais contratos são com a francesa Areva, de 1,1 bilhão de reais, e com a Andrade Gutierrez, de cerca de 1,4 bilhão de reais. "De 2002 para cá nós utilizamos como base esse valor (7,2 bilhões de reais) ajustado por índices que pedimos à Fundação Getúlio Vargas, tenho certeza que vai cair durante as negociações", afirmou o executivo. Ele disse não temer também impactos financeiros referentes às 60 exigências estabelecidas pelo Ministério do Meio Ambiente para conceder as licenças ambientais, entre elas a mudança definitiva dos rejeitos atômicos. "Em todos os lugares do mundo são piscinas dentro da usina (para estocar os rejeitos)... A gente tem uma proposta de um depósito intermediário de longa duração que garante a estocagem segura desse elemento combustível por 500 anos", disse o executivo, sem dar detalhes de onde seria instalado o depósito. "O maior custo (das exigências) ninguém está falando, que é a compensação ambiental, correspondente a 1,1 por cento do investimento", destacou. Guimarães afirmou que não será difícil cumprir as exigências do Ibama para obtenção da Licença de Instalação e lembrou que ainda será necessário conseguir a licença de construção à Cnem, cujo pedido será feito na sexta-feira. "Não são todas as condicionantes que precisamos cumprir para a Licença de Instalação. Algumas são apenas para a Licença de Operação, que só sai daqui a quatro anos, mas estamos pensando desde já", disse. (Por Denise Luna)

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