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TCM, voltado a filmes clássicos, se renova para alcançar público mais amplo

Canal de TV a cabo passa por mudanças em cenários e estilo, mas com o cuidado de permanecer o mesmo

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Por Redação
Atualização:

Às vezes até os clássicos precisam de um pequeno retoque. O canal de TV a cabo Turner Classic Movies (TCM) está mudando de cara. Casa de incontáveis filmes antigos, agora ele tem uma nova estética cheia de cores, um novo logotipo e uma nova marca que destaca a interação entre a história do cinema do passado e do presente.

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Como destacou o apresentador Ben Mankiewicz, há certa apreensão de como as mudanças, implementadas na última quarta-feira, serão recebidas. “Minha primeira reação teve tudo a ver com nosso público”, disse.

Os executivos do TCM dizem que o objetivo do canal continua o mesmo e que esta atualização mais recente é estética, com o intuito de ajudar o canal a cabo a permanecer relevante e a alcançar um público mais amplo.

Enquanto preserva e celebra o passado, o TCM também está pensando em seu futuro. Em uma era cada vez mais dominada pelos streamings, como ele pode continuar a prosperar como um canal de TV a cabo e, ao mesmo tempo, levar sua experiência para outras plataformas? Como propriedade da WarnerMedia, de que maneira o TCM pode contribuir para o serviço de streaming da empresa, o HBO Max, sem ser engolido por ele?

Ao mesmo tempo, o TCM não quer afastar o público que já conquistou - que valoriza a curadoria do canal de filmes e comentários relacionados a eles. Enquanto o TCM lança sua nova estratégia para se posicionar no mercado, ele reconhece que até mesmo alterações estéticas podem parecer indicadores de mudanças na filosofia.

Brando e Vivien Leigh: 'Uma Rua Chamada Pecado', clássico da TCM Foto: Reuters/TCM

Como Mankiewicz disse: “Quero fazer isso de uma maneira que os fãs entendam que aquilo que eles gostam não está mudando. Mas eles ainda vão ter um pequeno ataque cardíaco.”

Pola Changnon, executiva veterana do TCM, que se tornou a diretora-geral do canal em janeiro de 2020, disse que estava cogitando uma atualização do canal há vários meses.

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Olhando para trás, ao longo dos 27 anos de história do TCM, Pola disse que o canal sempre satisfez um público-alvo “que, de fato, quer apenas seus filmes de Doris Day, aquele catálogo clássico esperado. Mas, além dessas pessoas, há outras que são mais aventureiras, que querem aprender e se envolver de uma maneira diferente”.

"Você ainda pode continuar a gostar do filme, mas reconhecendo que algumas coisas, sob o olhar contemporâneo, podem ser ultrapassadas”, disse Pola. “Não queremos ‘cancelar’ esses filmes, mas suscitar conversas a respeito."

Efeito HBO Max

Essa mudança cultural foi acelerada pelo surgimento do HBO Max, que foi lançado em maio de 2020 e, desde então, se tornou uma plataforma importante para filmes e programas da WarnerMedia. No serviço de streaming, o TCM existe apenas como uma das várias bibliotecas com centenas de filmes. 

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Tom Ascheim, presidente da divisão global infantil, jovem adulta e clássica da Warner Bros., afirmou que era inevitável, no cenário atual, que o TCM tivesse presença em uma plataforma streaming. “Usando uma das frases mais óbvias sobre a nossa indústria: há mais pessoas no streaming do que antes. Ignorar isso seria muita tolice.”

Ascheim disse que expandir a presença do canal para uma plataforma de streaming não é um sinal de que o TCM estava desistindo da TV a cabo. “Não há nenhuma intenção de transformar o TCM em Cinemax, tal e qual, com um monte de filmes recém-lançados”, disse ele. “Enquanto os canais estiverem disponíveis, estaremos entre eles com orgulho.”

Entretanto, mesmo a sugestão de mudanças no TCM é suficiente para provocar o ceticismo de seus telespectadores. Quando um pequeno teaser foi postado no Twitter na semana passada, com Mankiewicz pintando seu próprio cenário, ele provocou uma série de comentários intrigantes sobre uma mudança para a HBO Max. 

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Mas a equipe de profissionais do TCM afirmou que suscitar esse tipo de dúvida fazia parte do processo de marketing. Mankiewicz disse que passou por um escrutínio semelhante quando começou a trabalhar no TCM, em 2003, como apresentador - uma função que, até então, era desempenhada apenas pelo rosto do canal, Robert Osborne, que morreu em 2017.

“Não apenas por meses, mas por anos, houve um sentimento de ‘Quem é esse cara?’”, diz. “Só depois de dois ou três anos começaram a pensar: ‘Esse cara fala sobre filmes, está tudo bem.’” / TRADUÇÃO DE ROMINA CÁCIA

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