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Tendência é gás do pré-sal virar GNL, diz diretora d Petrobras

Por Denise Luna (Broadcast)
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O gás natural que será produzido na camada pré-sal do campo de Tupi, na bacia de Santos, deverá ser regaseificado em unidades flutuantes em plena costa brasileira para atender o mercado interno e, no futuro, ser exportado, informou a diretora de Gás e Energia da Petrobras, Maria das Graças Foster. "Uma delas, e a mais provável, dependendo do volume, será fazer uma unidade flutuante de GNL, para atender a demanda nos nossos terminais, voltada para o mercado interno, mas se houver água até o topo (das hidrelétricas) podemos dispor para exportação", afirmou Foster à Reuters após entrevista coletiva para anunciar o primeiro terminal de Gás Natural Liquefeito (GNL) do país, no Porto de Pecém (CE). Segundo Graça, uma definição para a utilização do gás natural contido nos reservatórios gigantes do pré-sal deverá demorar ainda alguns anos para ser tomada, já que vai requerer estudos sobre a produção e escoamento do combustível a mais de 200 quilômetros da costa. "Se o petróleo do pré-sal já vai levar tempo, o gás vai levar muito mais tempo ainda", disse a executiva, que durante a entrevista afirmou que o Brasil ainda vai precisar por muitos anos do gás boliviano. Com a entrada dos terminais de GNL, no entanto, a segurança do fornecimento de gás natural do país aumenta, destacou Foster, que prevê que a partir de 25 de setembro seja despachada a primeira carga de GNL para o mercado. "Vamos entregar GNL para rodar algumas (usinas) térmicas) em condição comercial", disse a diretora, que veio ao Ceará participar na quarta-feira da inauguração do terminal com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Além do terminal de Pecém, que terá capacidade para processar 7 milhões de metros cúbicos diários, a Petrobras vai antecipar para novembro a entrada do terminal de GNL da baía de Guanabara, para 20 milhões de metros cúbicos, e um terceiro terminal, ainda sem local definido mas previsto para o sul do país, vai depender dos resultados dos leilões de energia do governo, para determinar o volume da demanda. Segundo Foster, em agosto o Brasil consumiu 61 milhões de metros cúbicos de gás natural, sendo cerca de 25 milhões no mercado e 35 milhões pela própria Petrobras, que reinjeta o gás combustível nos poços produtores para aumentar a produção. Mais 30/31 milhões de metros cúbicos são fornecidos pela Bolívia. O terminal de Pecém representou um investimento de 380 milhões de reais e ficou pronto em oito meses. A empresa fez contrato com a BG e a Shell para compra do produto, "além de outras duas empresas que não podem ser citadas", explicou Foster. O primeiro navio, da BG, chegou ao porto de Pecém com 75 mil metros cúbicos de GNL, informou a diretora.

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