O jornal The New York Times divulgou nesta quarta-feira, 3, resultado trimestral melhor que o esperado, impulsionado por crescimento nos negócios com publicidade digital.
A receita de propaganda online da companhia saltou 40,2% no terceiro trimestre, colocando-a no caminho do crescimento após o pico da pandemia, quando as empresas reduziram seus orçamentos de publicidade para economizar dinheiro.
A companhia de 170 anos iniciou sua transformação digital há mais de uma década, concentrando-se em um modelo de negócios que prioriza a assinatura e que a ajudou a resistir a fortes quedas nos mercados de publicidade e leitores de edições impressas.
No processo, o New York Times fortaleceu o negócio com novos produtos, que incluíram, além de notícias, palavras cruzadas, podcasts e receitas culinárias, ao mesmo tempo que os destacou com elementos multimídia e interativos, usando fotos, gráficos e vídeos.
O Times disse que adicionou 455 mil assinantes digitais no trimestre, o maior número este ano, o que mantém a editora no ritmo de atingir sua meta declarada de 10 milhões de assinaturas até 2025. Dos quase 8,4 milhões de assinantes do The Times, 7,6 milhões agora têm assinaturas digitais.
A presidente executiva da companhia, Meredith Kopit Levien, atribuiu os ganhos no trimestre a “um período de notícias agitado”, bem como a retenção aprimorada de assinantes e novas iniciativas destinadas a transformar leitores casuais em clientes pagantes.
"Embora a pandemia tenha continuado a ser a história dominante nos últimos 20 meses, uma ampla gama de tópicos também chamou a atenção do público, incluindo a retirada do Afeganistão e os trágicos eventos no Haiti, a renúncia do governador de Nova York e nossas reportagens climáticas contínuas", disse.
“Esse foi o nosso melhor desempenho no terceiro trimestre em assinaturas em jornalismo e no geral desde o lançamento do modelo de pagamento digital, há mais de uma década e, tirando 2020, nosso melhor trimestre desde sempre para novas assinaturas digitais”, disse Meredith.
O Times também atingiu um marco, ultrapassando 1 milhão de assinantes fora dos Estados Unidos.
Por outro lado, o número de assinantes do jornal impresso caiu para 795 mil no trimestre de julho a setembro ante 831 mil no mesmo período do ano passado, um declínio em linha com as tendências que afetam a indústria de notícias como um todo.
A empresa reportou lucro operacional ajustado de R$ 65,1 milhões, um aumento de 15% em relação ao mesmo trimestre do ano anterior, e atingiu R$ 509,1 milhões de receita, alta de 19,3%. Os custos operacionais quase atingiram esse mesmo valor - US$ 460,1 milhões -, com avanço de 18,8%.
A receita de assinaturas aumentou 13,8%, para US$ 342,6 milhões. Depois de um período de baixa em 2020, as receitas publicitárias subiram 40%, para US$ 110,9 milhões. Em comparação com o terceiro trimestre de 2019, um ano mais típico, a receita de anúncios caiu 2,3%. /REUTERS e THE NEW YORK TIMES