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TIM pode ser fatiada entre Oi, Claro e Vivo

Oi contratou o banco BTG Pactual para fazer uma oferta pela TIM Brasil, mas, segundo fontes, operação seria conjunta com as duas rivais, evitando problemas regulatórios e dividindo custos

Foto do author Fernanda Guimarães
Por Monica Scaramuzzo , Fernanda Guimarães e Mariana Sallowicz
Atualização:

Uma mudança profunda na telefonia celular brasileira está perto de ocorrer, com as quatro empresas que dominam o mercado se transformando em três. Nesta quarta-feira, a Oi anunciou ter contratado o banco BTG Pactual para encontrar possíveis alternativas para comprar a participação da Telecom Itália na TIM Brasil. A Telefônica, dona da Vivo, e a América Móvil, controladora da Claro, também devem participar da transação, que poderá resultar no fatiamento da TIM Brasil, segundo fontes.

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A participação de cada operadora no negócio ainda não foi definida e dependerá do andamento das negociações. A fatia para cada companhia não será necessariamente um terço para cada uma. “A Oi poderá ficar com 20%, 10% da TIM. Ainda está em aberto”, disse uma fonte, frisando que, do ponto de vista regulatório, nenhuma empresa poderá levar a TIM sozinha.

A operação surge num momento de grande indefinição em relação ao desenho do mercado de telefonia brasileiro. Neste momento, a Telefônica e a Telecom Itália disputam a compra da operadora de telefonia fixa GVT - o conselho de administração da Vivendi, controladora da GVT, deve definir o futuro da operadora em breve. Também deve ocorrer em outubro o leilão de frequências para a quarta geração (4G) da telefonia celular, que eventualmente poderia interessar as operadoras que ainda não atuam no País. 

Mercado. Fontes familiarizadas com a operação anunciada pela Oi disseram que a TIM tem valor de mercado de R$ 27 bilhões, mas possui uma série de ativos que podem ser vendidos após aquisição da companhia, gerando caixa. A operadora não é endividada e possui boa geração de caixa, na visão do mercado. A avaliação também é que a Oi, além de possuir sinergias com o negócio, fará algumas vendas de ativos, como cabos submarinos e torres, podendo levantar cerca de R$ 4 bilhões.

A América Móvil deverá formalizar seu interesse na operação nos próximos dias, conforme pessoas próximas ao assunto. Já a Telefônica deverá aguardar o desfecho sobre sua proposta de aquisição da GVT para seguir o mesmo caminho. “Assim, ela estará mais livre para falar de TIM”, disse a fonte. Procuradas, a Claro e Telefônica não comentam. Já a Telecom Itália informou que “não sabe de nada” a respeito da operação e que a TIM Brasil é um “ativo estratégico em que concentra importantes investimentos”.

Embora tenha sinergia, o anúncio feito pela Oi causou estranheza no mercado, uma vez que a CorpCo, empresa resultante da união entre Oi e Portugal Telecom (PT), anunciada no ano passado, está altamente endividada - R$ 46,2 bilhões no segundo semestre, e tornou-se um palco de polêmicas desde que os investimentos de 900 milhões da PT na Rioforte, holding da família Espírito Santo, vieram à tona.

Fernando Portella, presidente da La Fonte, um dos acionistas da Oi, reconhece que a empresa está com a imagem arranhada, mas disse ao Estado que a operadora está de volta ao jogo, ao confirmar que será “protagonista” dessa operação. Segundo ele, a operação, para ser levada adiante, depende ainda da aprovação dos acionistas da PT dos novos termos da fusão, que foram revistos após os aportes da Rioforte. A fatia da PT caiu de 37,4% para 25,3%. 

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“Com a nova empresa, seremos uma ‘true corporation’, que terá mais facilidade de captar recursos no mercado para financiar essa operação e obter sinergia, uma vez que os negócios são complementares.”

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