Publicidade

Tolmasquim: dois grupos garantem competição no leilão de Jirau

Por Denise Luna (Broadcast)
Atualização:

O presidente da Empresa de Pesquisa Energética, Maurício Tolmasquim, disse estar satisfeito com a participação de apenas dois consórcios no leilão da usina hidrelétrica de Jirau, no rio Madeira, previsto para o dia 19 de maio. "São dois grupos extremamente fortes e vamos ter uma belíssima disputa...prefiro dois fortes que possam competir", afirmou ele a jornalista nesta quinta-feira. Ele observou no entanto que o prazo para inscrição de concorrentes ainda não terminou e que até o dia 12 pode aparecer mais interessados. Perguntado se algum grupo estaria sendo formado, porém, Tolmasquim afirmou não ter conhecimento. No mercado também já é dado como certa a participação apenas de dois grupos. Até o momento, apenas o consórcio formado por Furnas, Odebrecht e Cemig confirmaram presença no leilão, mas outro grupo, composto por Suez Energy, Camargo Corrêa e as estatais Eletrosul e Companhia Hidrelétrica do São Francisco (Chesf), estaria sendo articulado pelo governo pra garantir a concorrência. As empresas ainda não confirmam oficialmente, mas fontes próximas ao assunto informaram à Reuters esta semana que juntar os dois consórcios perdedores do primeiro leilão foi a forma encontrada pelo governo para tentar garantir concorrência no leilão. O primeiro, realizado no final do ano passado, da usina de Santo Antônio, ficou com o consórcio liderado por Furnas e Odebrecht, que apresentaram deságio de 35 por cento sobre o preço inicial. O leilão da usina de Jirau terá preço teto inicial menor, de 91 reais o megawatt médio, enquanto a disputa por Santo Antônio começou com 122 reais. Por este motivo Tolmasquim acredita que o deságio poderá ser menor. "Pode ser que caia menos, já que parte de um preço menor", disse. Jirau terá capacidade instalada de 3,3 mil megawatts mas irá vender apenas 1,9 mil megawatts, devido à proximidade da segunda usina com a fronteira da Bolívia, o que determinou um acordo para reduzir o impacto no país vizinho e viabilizar o empreendimento. Tolmasquim destacou que o potencial hidrelétrico da bacia Amazônica ainda é muito grande e representa 65 por cento do total hidrelétrico ainda disponível no Brasil para projetos hidrelétricos. "O potencial hidrelétrico do Brasil é de 260 mil megawatts e já usamos um terço disso, ou seja, faltam 170 mil megawatts e a maioria está na Amazônia", informou. Além das duas usinas do rio Madeira, em Rondônia, o governo prevê para outubro de 2009 o leilão da usina de Belo Monte, no rio Xingú.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.