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Trabalhadores da GM em São Paulo aprovam greve por reajuste

Por ALBERTO ALERIGI JR.
Atualização:

Metalúrgicos da General Motors em São Paulo decidiram nesta sexta-feira parar por tempo indeterminado, em protesto por reajuste salarial entre 10 e 14,65 por cento, informaram sindicatos. Pela manhã, trabalhadores dos primeiros turnos da montadora em São José dos Campos e em São Caetano do Sul decidiram pela paralisação e a tendência é que os demais turnos das fábricas sigam a decisão. A GM em São Caetano do Sul emprega cerca de 10.500 funcionários e em São José dos Campos, outros 8.500 trabalhadores. Em São Caetano, a GM produz os modelos Astra, Vectra, Classic e família Corsa, a uma média de 852 veículos diários, segundo o sindicato de metalúrgicos, filiado à Força Sindical. Os trabalhadores da região pedem 10 por cento de reajuste e 2 mil reais de abono. Em reunião na véspera com sindicatos de São Caetano e São José dos Campos, a empresa manteve oferta de 6,53 por cento de reajuste, mas elevou a proposta de abono de 1.500 para 1.750 reais. Os trabalhadores de São José dos Campos pedem 14,65 por cento de reajuste. A montadora produz na região modelos Corsa, picapes S10 e Montana e veículos desmontados para exportação (CKDs). Segundo o sindicato de São José dos Campos, filiado à Conlutas, a GM decidiu recorrer à Justiça após não chegar a acordo com os trabalhadores. Uma audiência no Tribunal Regional do Trabalho foi marcada para as 14h desta sexta-feira. ABC CRUZA BRAÇOS Na região do ABC paulista, cerca de 60 mil metalúrgicos dos setores de autopeças, máquinas e equipamentos e componentes ferroviários iniciaram greve por tempo indeterminado nesta sexta-feira, após assembléia geral na noite de quinta-feira. Segundo o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, filiado à CUT, os 60 mil trabalhadores reivindicam o mesmo acordo aprovado no sábado passado pelos trabalhadores de montadoras da região, de reajuste de 6,53 por cento, mais abono correspondente a um terço do salário médio do grupo. O presidente do sindicato do ABC, Sérgio Nobre, afirmou em comunicado que a categoria "chegou ao limite da paciência e que não é mais possível aceitar as desculpas dos empresários para não conceder aumento real, como a crise financeira internacional. A crise acabou. Demos todo tempo do mundo a eles". VOLKSWAGEN SEGUE PARADA NO PR No Paraná, 3,5 mil metalúrgicos da Volkswagen-Audi entraram nesta sexta-feira no 13o dia de greve após rejeitarem nova proposta da montadora na véspera. A empresa ofereceu em audiência no Tribunal Regional do Trabalho 7,57 por cento de reajuste, abono de 2 mil reais a ser pago na próxima segunda-feira e aumento no adicional noturno para 25 por cento a partir de agosto de 2010, informou o Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba, filiado à Força. Os trabalhadores, no entanto, exigem que o adicional noturno seja aplicado imediatamente. Desde o início da greve até quinta-feira, segundo o sindicato, a montadora alemã já deixou de fabricar 9.800 automóveis. A média de produção é de 840 veículos por dia, dos modelos Fox, Crossfox e Golf. O sindicato se reúne com a montadora em nova audiência no TRT nesta manhã e às 14h haverá uma nova assembléia para decidir o rumo da paralisação. Na quarta-feira, metalúrgicos da Renault-Nissan, localizada também no Paraná, aceitaram reajuste de 8,65 por cento, encerrando uma greve de oito dias que fez a empresa deixar de produzir cerca de 6.240 veículos, segundo o sindicato de Curitiba. (Edição de Paula Laier)

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