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Uber lança serviço de helicóptero sob demanda

Em parceria com a Airbus, o serviço funcionará pelo menos por um mês na Grande São Paulo e em Campinas

Por Ricardo Rossetto e Laura Maia
Atualização:
UberCOPTER começa a funcionar às 14h desta segunda-feira Foto: FELIPE RAU/ESTADÃO

O Uber lançou nesta segunda-feira, 13, um serviço de helicóptero sob demanda. A capital paulista é a primeira cidade a testar o UberCopter, que ficará em projeto-piloto por um mês, mas deverá ser uma nova frente de atuação do Uber. A ferramenta já tem apps concorrentes no Brasil e no exterior, mas tenta ganhar mercado com preços mais baixos. Com duração de 11 minutos, um voo entre o hotel Blue Tree Faria Lima, no Itaim Bibi, e o aeroporto de Guarulhos sairá por R$ 271 por assento.

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O app é uma parceria do Uber com a Airbus e três operadoras de táxi aéreo (Air Jet, Helimarte e UniAir). Na fase inicial, o Uber atenderá cinco helipontos e quatro aeroportos na Grande São Paulo e em Campinas. “É um produto extremamente complexo. Por isso esse teste, para que a gente vá aprendendo e possa então ampliar o número de helipontos cadastrados, de operadoras de táxis aéreos e de destinos” explicou o diretor-geral do Uber no Brasil, Guilherme Telles. 

Para Uma Subramanian, responsável por projetos especiais da A³, do Grupo Airbus, São Paulo reúne as características ideais para o desenvolvimento do serviço. “Uma parceria como esta possibilita que cada vez mais pessoas possam voar em uma cidade em que há 420 helicópteros e cerca de 400 helipontos”, observa. Ela lembra que, na média internacional, um helicóptero voa 400 horas por ano, em média. Porém, os equipamentos podem voar até 2 mil horas neste período. Ou seja, os helicópteros são subutilizados. O UberCopter chega ao Brasil em um momento em que a aviação executiva sente a crise.

O diretor-geral da Associação Brasileira de Aviação Geral (Abag), Ricardo Nogueira, lembra que o setor de táxi aéreo teve uma queda acentuada de demanda nos últimos três anos. O segmento de helicópteros foi ainda mais afetado, já que muitas empresas eram fornecedoras de companhias de óleo e gás. 

Para Nogueira, se a tecnologia oferecida participar do setor regulado, ela é bem-vinda. “Se é apenas uma ferramenta que aproxima passageiros ao setor já regulado, pode ser positiva sim.” É este também o posicionamento da Associação Brasileira de Pilotos de Helicóptero (Abraphe), que espera o aquecimento do setor, “desde que dentro das normas e padrões legais estabelecidos pela agência reguladora”. 

A Agência Nacional da Aviação Civil (Anac) ainda não se posicionou oficialmente sobre o serviço oferecido pelo aplicativo. O Uber, no entanto, já se antecipa a possíveis críticas, afirmando que não é uma operadora de táxi aéreo e que os voos são operados por empresas autorizadas pela Anac.

Concorrência. O serviço não é pioneiro. Outros apps já atuam neste setor, apresentando-se justamente como o “Uber da aviação”. Há um mês no mercado, a empresa FlyHelo, que opera em parceria com dez empresas de taxi aéreo já realizou 50 voos de helicóptero para o litoral e interior e 8 na cidade de São Paulo. 

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Outra que chegou antes do Uber é a Aerobid, que já está em operação há um ano e tem parceria com 15 empresas de táxi aéreo, mas foca em destinos fora da capital paulista. O presidente da Aerobid, Fernando Lacerda, afirmou que, por enquanto, o UberCopter não é uma ameaça. Ele ressaltou, no entanto, que os preços anunciados pelo Uber são incompatíveis com o custos da aviação e não condizem à realidade. Lacerda lembra que o preço médio de fretamento de um helicóptero por uma hora é de cerca de R$ 5 mil. 

O Uber, no entanto, diz que os custos podem ser diluídos à medida que o serviço ganhar escala. O modelo de negócios do UberCopter é similar ao aplicado aos carros. A empresa ficará com 25% dos valores pagos pelas viagens de helicóptero.

O usuário poderá estimar os preços e o tempo da jornada para um trajeto pelo ar. Ao contrário das solicitações de carros, o preço será fixo. 

Inicialmente, são cinco helipontos e quatro aeroportos cadastrados Foto: FELIPE RAU/ESTADÃO

Como funciona. Na plataforma da Uber, o usuário que seleciona a opção UberCOPTER será direcionado para uma página externa na qual selecionará quantos assentos precisa no helicóptero, além de informar seu peso, CPF e número de celular. A partir desses dados, a plataforma mostrará a estimativa de preços e de tempo da "jornada", que inclui também um Uber Black (serviços de carros de luxo) que levará o usuário até o Heliponto mais próximo. O preço do UberBlack varia conforme distância percorrida e tempo de viagem. Já o preço da viagem de helicóptero será fixo, por assento. Caso a pessoa confirme a solicitação, o usuário receberá uma mensagem de texto com as informações sobre o voo. O serviço estará disponível de 7h às 20h todos os dias da semana.

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Por enquanto, os helipontos e aeroportos cadastrados são:

-Aeroporto de Congonhas -Aeroporto de Guarulhos -Aeroporto de Viracopos, em Campinas -Campo de Marte, em Santana -Hotel Sheraton WTC, no Brooklin Novo -Hotel Blue Tree Faria Lima, no Itaim Bibi -Hangar ABC, em São Caetano do Sul -Hotel Transamérica, em Santo Amaro -Helicentro Morumbi, no Morumbi

Os preços das viagens entre os helipontos são fixos e até esta quinta-feira (16/06) estarão com desconto por conta do lançamento do produto. Veja alguns exemplos abaixo (preços válidos apenas para a viagem de helicóptero, ou seja, não incluem as viagem de Uber Black até o local de partida):

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Hotel Blue Tree Faria Lima - Guarulhos: R$ 271,00 por assento Hotel Transamérica - Blue Tree Faria Lima: R$ 80,00 por assento Helicentro Morumbi -Blue Tree Faria Lima: R$ 66,00 por assento

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