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UE cobra que parceiros comerciais removam barreiras protecionistas

Comissário do bloco cobrou que grandes parceiros, como China, Rússia e Brasil, respeitem acordos do G-20

Por Álvaro Campos e da Agência Estado
Atualização:

O comissário para Comércio da União Europeia, Karel de Gucht, cobrou que os grandes parceiros do bloco, incluindo China, Rússia e Brasil, respeitem os acordos do G-20 e revertam um aumento alarmante nas barreiras protecionistas.

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Um relatório divulgado por Gucht identificou "mais de 330 medidas de restrições ao comércio" adotadas por 30 concorrentes econômicos da UE desde a crise econômica e financeira, no fim de 2008. Desse total, 66 medidas foram introduzidas entre maio e setembro deste ano, e somente 10% das barreiras adotadas desde a crise foram retiradas. Em meio a uma frágil recuperação econômica global e "contrariamente" aos acordos do G-20, "somente 10% dessas medidas foram removidas", afirma o relatório.

"As principais economias do mundo precisam remover as medidas de restrições ao comércio, que impõem um freio ao crescimento", comentou Gucht, em uma mensagem direcionada à próxima reunião de cúpula do G-20, que acontece no mês que vem na Coreia do Sul. "Para que a economia mundial avance, nós temos de diminuir essas barreiras. O encontro do G-20 em Seul precisa demonstrar liderança sobre esse assunto", acrescentou o comissário.

Os 27 líderes da UE devem assinar uma declaração em um encontro que será realizado em Bruxelas nesta quinta e sexta-feira que "destaca a necessidade de se evitar todas as formas de protecionismo e a adoção de mudanças no câmbio que visam a obtenção de vantagens competitivas de curto prazo".

O relatório da UE, que abrange um período de dois anos, de outubro de 2008 a setembro de 2010, aponta proibições de importações, aumento de tarifas e esquemas de incentivos para compra de produtos nacionais, dizendo que essas medidas estão "rapidamente se tornando aspectos permanentes do sistema de comércio global".

O encontro do G-20 em Washington, em novembro de 2008, se comprometeu com uma "paralisação autoimposta" nas barreiras protecionistas, comentou o relatório, enquanto o encontro de abril de 2009, em Londres, foi além, prometendo "corrigir" as medidas restritivas existentes.

"A Rússia mais uma vez se mostra o nosso parceiro comercial com mais medidas de restrições ao comércio adotadas desde o início da crise", disse o comissariado. O relatório apontou o Brasil como o país que mais transgride as regras ao introduzir esquemas de incentivos para compra de produtos nacionais.

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A pesquisa da UE abrange os seguintes países: Argélia, Argentina, Austrália, Bielo-Rússia, Brasil, Canadá, China, Equador, Egito, Hong Kong, Índia, Indonésia, Japão, Casaquistão, Malásia, México, Nigéria, Paquistão, Paraguai, Filipinas, Rússia, Arábia Saudita, África do Sul, Coreia do Sul, Suíça, Taiwan, Turquia, Ucrânia, Estados Unidos e Vietnã. As informações são da Dow Jones.

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